28 fevereiro 2007


AQUELE VELHO



























Aquele velho
de olhar perdido
trouxe-me lembrancas
de meu pai
dificuldade de andar
rosto de expressao indefinida
nao sabia se era de pura anestesia
ou cansaco de vida

Aquele velho
andava com dificuldade
seus ombros estavam abaixados
sua cabeca branca
andava lentamente com cuidado
a bengala tateando o caminho
naquele momento percebi o quanto
aquele velho sentia-se sozinho

Nao sabia se era minha imaginacao
ou se apenas eu via aquilo
que sentia em meu coracao
Mas aquele velho mexeu
nas profundezas de minha alma
enxerguei nele meu pai
e por que nao pensar...
que me vi em seu lugar?

Essa solidao tao unica
que nao ha remedio que a cure
essa procura incessante
esse constatar agoniante
Nao sei porque
aquele velho trouxe-me sentimentos
adormecidos e desconhecidos
naquele momento



®Mary Fioratti


Em Cincinnati ha poucos onibus, acho que apenas umas duas linhas que vao daqui ate a cidade.
Um dia desses eu estava vindo do servico, e quando parei no sinal, vi um onibus parar na esquina e com muita dificuldade, desceu um velho.
Apoiava-se com uma bengala e andava com muita dificuldade. Aquele velho foi andando por uma calcadinha estreita, olhando para os lados.
Senti uma fragilidade imensa em seu rosto e na sua figura fragil. Ele pedia carona a cada carro que passava.
Virei a minha rua e la em baixo dei a volta. Senti dentro de mim uma vontade de ajuda-lo com um misto de medo.
Esse medo me fez pensar no que somos transformados. Tornamo-nos insensiveis e egoistas, por medo.
Dei a volta, abri a janela e perguntei para onde ele ia. Ele respondeu: "Vou ao medico, fica no Sul da rua Kenwood.
Abri a porta e o velho subiu com dificuldade. Coloquei sua bengala na frente e ele sentou.
Pensei na hora: "Que mal poderia me fazer aquele velho?".
Ele foi conversando dizendo que morava em Clifton (um bairro longe de Blue Ash onde moro), e que pegava o onibus porque o seu medico ficava em Blue Ash.
Coincidentemente era o mesmo predio que minha filha tem seu dentista.
Parei na frente e ele olhou para mim e disse: "Obrigada, nossa, a sra. me economizou tantos passos!".
Deixei o velho, e vim pensando. O mundo esta tao violento que nos faz ter medo desses pequenos gestos.
Mas eu me senti tao bem fazendo isso. Foi como se eu tivesse ajudado meu pai.
E depois veio na minha cabeca, no caminho de volta, a fragilidade do meu pai, andando na area de casa, equilibrando-se (tinha tontura). Depois sentado na sua cadeira na area, ficava a contar historias do passado. Meu pai viajava...em pensamento ele viajava muito...
Lembrava-se das ruas que havia morado, das pessoas, de nomes... Perguntava sempre do "Tio Joao". Olhava para mim e dizia: "Onde mora agora meu Tio Joao?". O Tio Joao ja havia morrido ha tanto tempo!
Entao ele viajava em seus sonhos.
A cada ano que passa, que fico mais velha, a minha compreensao com os velhos aumenta. A minha paciencia e maior.
Penso que um dia, quando eu ficar velha, quero que as pessoas tambem tenham paciencia de ouvir minhas historias.
Quando a Patti for para a Faculdade, eu quero fazer um servico voluntario com os velhos.
Aqui nos EUA ha tantos velhos esquecidos em Asilos. Se bem que os Asilos sao muito bons e confortaveis.
Mas eles sentem falta de conversar, porque sao tao poucas pessoas que os escutam.
Queria assim, sentar e ve-los mostrando fotografias de seus filhos, seus netos. Ouvir suas historias.



27 fevereiro 2007


MINHA UNICA AMIGA AMERICANA






Quero apresentar a voces a Renee. Esta e a minha unica amiga americana. Digo "unica" nos sentimentos que temos em relacao uma a outra.
Ela e uma "americana" com "sentimentos brasileiros", é a unica que durante esses anos todos aqui nos EUA, pode me compreender de uma forma absoluta.

Entrei para trabalhar como Temporaria na Eagle Services LLC, no ano de 1984 para substitui-la, pois ela teve um projeto a fazer nessa Empresa que teve que ficar fora.
Durante a sua ausencia (quase um ano) eu criei muitos projetos no computador, orientada pelo Presidente. Quando ela voltou, (era perto do Natal), tive que com muito pesar passar todo o servico para ela, ensinar tudo que eu havia feito, e entao eu sai da Empresa.

Fui trabalhar como Temporaria na Procter and Gamble, e depois de 3 meses, fui chamada pela Renee para fazer um servico temporario na Eagle, por duas semanas. Intercalei com a Procter and Gamble, e la fui eu...
Depois disso fui para o Brasil de ferias.

Quando voltei, o Presidente me chamou e me fez uma proposta de trabalho.
Nessa Companhia eu fiquei 10 anos, e aprendi muita coisa! Aprendi diversos softwares no computador, fazia o pagamento de todos os eletricistas, cuidava de tudo, e me reportava a Renee que foi promovida a Gerente do escritorio.

Nos duas sempre fomos como irmas. Estavamos sempre ao lado uma da outra para tudo.
Ela tirava ferias, eu a substituia. Eu tirava ferias, ela estava no meu lugar.
Um coracao maravilhoso, uma compreensao absoluta dos meus valores, dos sentimentos que eu tinha dentro de mim.

Lembro que em Novembro de 2004 o Presidente entrou na minha sala e sentou na cadeira atras da minha mesa. Quando olhei para ele, eu sabia que algo estava errado.
A Companhia ia de mal a pior.
Ele disse assim: "Maria, hoje essa missao que tenho é a mais dificil até agora que tive nessa empresa. Nao tenho condicoes mais de ficar com voce".
Aquele homenzarrao de 1:90 de altura, parecia tao pequeno naquela cadeira, olhando para mim.
Foi antes do dia de "Acao de Gracas".
Ele disse: "Voce pode ficar uma semana, e sair na sexta que vem"

Quando foi na terca-feira, estava fazendo o pagamento do pessoal, e eu ia no banheiro chorar (risos).
Cada funcionario que vinha, era a esposa que eu conhecia, os filhos que vi nascer,
aquela empresa havia me recebido de bracos abertos.
Plantei o "abraco" sem ter medo do famoso "sexual harassment".

O Presidente passava na minha sala, me olhava e dizia: "Voce nao imagina como esse dia esta sendo triste para mim".

Quando sai, a Renee ficou chorando na porta. Parecia mesmo filme mexicano, com aquele drama, ou mesmo novela Brasileira.

A Companhia foi a falencia e fechou um mes depois.

Ate hoje eu nao me "recuperei" de ter saido dessa Empresa. Entrei em outra Cia. uma semana depois que sai da Eagle.
Mas foi muito dificil, eu me recuperar desses 10 anos.
Todos os eletricistas eram meus amigos (tinhamos 150 no campo trabalhando). Ligavam, brincavam, contavam comigo para tudo, e eu sempre os ajudava como podia.

Desde entao, a Renee e eu ligamos uma para outra toda semana. Sabemos de cor da vida uma da outra.
Ela e uma pessoa super inteligente, cabeca aberta, rapida, ensinou-me tantas coisas.

Ontem ela me ligou a tarde porque estava perto daqui, e essa foto foi do nosso encontro de ontem (como voces sabem, eu registro tudo!).
Foi tao bom ve-la. Alias, de vez em quando saimos para almocar, ou jantar.

Ela e aquele tipo de pessoa: "amor incondicional", o que eu precisar dela, sei que posso contar, e ela o que precisar de mim sabe que estou aqui.

Tivemos momentos preciosos juntos. Trabalhamos juntas como uma "dupla" sem invejas, sem competicoes. Jogo limpo e aberto.
Ela me ensinou tantas coisas! E sempre com a maior paciencia e dedicacao.

Ate hoje, o Presidente (Steve) e eu trocamos emails.

Foi um tempo que marcou e ficou, e me deu de presente uma grande amiga e irma.

E hoje coloco o Hino Americano, que acho belissimo, tanto a letra como a musica. E sempre me emociona muito.
Antes dos jogos de futebol da escola da minha filha, quando tocava esse hino, eu nao conseguia me conter, e sempre chorava.
Nao sei se voces entendem o porque. Metade do meu coracao eh americano. Metade é brasileiro.












Porque metade mim é partida
e a outra metade é saudade
Que minha LOUCURA seja PERDOADA,
porque metade de mim é AMOR
e a outra... Também....


(Oswaldo Montenegro)



®Mary Fioratti

24 fevereiro 2007




DUETO - DAUFEN BACH E MARY FIORATTI



QUANDO TE BEIJEI A BOCA

®Daufen Bach


quando te beijei a boca
descobri que cruzaríamos sóis,
invernos,
percebi que percorreríamos infernos
em busca das águas mansas
de uma paz ainda não nascida.

a tua boca molhada e quente,
sabida de destinos,
desconhecida de rumos e
de desejos e agonia vestida,
logrou-me o artifício da segurança
e aos teus pés,
não sei se por reverencia
ou por mendigar clemência,
pus-me.

quando te beijei a boca
e tua língua de palavras roucas,
no meu ouvido
insinuaram canções,
perdi o meu caminho já antes traçado,
sabia que ficaria ao teu lado
a viajar este mundo de ilusões.



QUANDO VOCE BEIJOU MINHA BOCA


®Mary Fioratti




meus olhos fixos no seus
pediam tanto esse beijo...
que se movia com gosto de desejo
tocando minha boca com avidez
e foi como se uma tempestade
arrebatasse meu corpo
foi um beijo de "primeira vez"


a sua boca percorria meus lábios
como uma prece de amor
e profanava com a língua o seu desejo
nos cantos mais escondidos
de meus sentidos
e quando deitou a cabeça no meu colo
emaranhei minhas mãos em seus cabelos
fechando os olhos e expirando o desejo
e com você fui a pedinte descarada
implorando por mais um beijo
e mais nada...

quando você beijou-me outra vez
atendendo meu pedido tao mendigo
a minha língua quis excitar-lhe o ouvido
dizendo-lhe coisas que somente se segredam
e depois daquele beijo alucinado
deitei sua cabeça em meus braços
e com a boca, percorri todos seus traços
e adormeci no seu sorriso de menino





* * *

23 fevereiro 2007


NA MADRUGADA





Teceram-se sonhos
na noite sonolenta
quando os cilios pesaram nos olhos
numa visao quase irreal
de seu corpo naquela cama
Pintaram-se tons de ternura
na noite escura
quando tomei conta de seu sono
velando sua paz
em doce abandono
Misturaram-se agonias
que sufocaram pensamentos
naquela madrugada fria
Um medo absurdo daquela ternura
que irradiava no quarto
Naquele momento tao intenso
Fotografei com meus olhos seu coracao
Colando a foto no album da minha alma
Para mais tarde pode lembrar
deste maravilhoso momento
Era tarde
Quando deitei minha cabeca
Em seu peito
Moldei meu corpo nu
em seu corpo nu
Pele com pele
E uma de suas maos...dormidas
Tocou a minha coxa
enquanto a outra
emaranhou-se nos meus cabelos
E nos dois
Corpos colados
Almas atadas
Dormimos abracando nossos sonhos
Naquela madrugada...


®Mary Fioratti

21 fevereiro 2007


SEM SEGREDOS





Não existe segredos entre nos
nossas almas conjugadas
juntas, siamesas
gritaram este sentimento
como uma bandeira levantada
numa manhã de sol
O amor que nos une
passou da condição de passional
é amor maduro, direcionado
amor incondicional
Não existe segredos entre nos
que nossas almas não tenham
nos sussurrado
nossos olhos são límpidos
e de nossas bocas
as palavras fluem de uma forma
intensa e verdadeira
Quando você olha dentro de meus olhos
e sorri, aquele sorriso verdadeiro
e suas mãos tomam as minhas
entre as suas, inteiras, únicas
não existe duvida que paira no ar
só existe um silencio
e uma maravilhosa cumplicidade
dentro de nosso olhar
Não existe segredo entre nos
o que existiu, é passado
somos como duas crianças que nasceram
completamente novas para o mundo
com almas brancas
com sorrisos puros
O amor que sentimos e todas essas emoções
estão gravados a ferro em fogo
dentro...bem dentro de nossos corações


®Mary Fioratti




A PARTIR DE HOJE COMECAREI A COMENTAR OS COMENTARIOS DE VOCES

19 fevereiro 2007


MINHA HISTORIA DE AMOR NUM CARNAVAL






Foi ha tanto tempo, mas tenho o poder de guardar os momentos de minha vida como se fossem reais.
Tudo que lembro, parece que estou vivendo, e chego a sentir o cheiro do momento, e a emocao.
O nome dele era Sergio (Serginho como o chamava).
Ele era brejeirinho, moreninho, olhos apertadinhos, um sorrisinho matreiro, tinha milhares de meninas querendo namora-lo.
Ele havia terminado um noivado de alguns anos, e comecamos a sair, mas eramos somente amigos.
Eu o conheci atraves de um amigo, o Cid. Na epoca meu pai tinha uma Loja de Cosmeticos (Charme Cosmeticos), e os dois viviam na nossa Loja.
Serginho tinha um jipe, e la ia eu, passear com ele.
Ficava horas escutando ele contar de seu noivado, e da menina, e porque havia terminado, etc...
Todos esses momentos que passamos juntos, era apenas amizade. E eu o ouvia. E ele me ouvia. Passavamos momentos gostosos juntos.
Entao aconteceu que chegou o Carnaval. Ano de 1970.
Fui no Tenis Clube de Sao Jose dos Campos, com minhas amigas, e encontramos o grupinho dele.
Sentamos na escada para conversar, la no Salao aquela confusao de pessoas brincando, aquelas musicas inesqueciveis: "Olha a cabeleira do Zeze", "Tanto riso...ah! quanta alegria...mais de mil palhacos no salao"...
(Pareco estar vivendo esse momento contando isso agora).
Estavamos sentados na escada, e o Serginho ao meu lado. De repente ele me pegou pela mao e subimos as escadas, e comecamos a brincar. Pulamos Carnaval por horas, rindo com amigos, jogando confete, serpentina (ah que saudade daquelas serpentinas cor-de-rosa que a gente jogava e fazia aquele espiral no ar)... Aqueles pacotes coloridos.
O lanca-perfume.
Ate aquele momento, ele era meu amigo Serginho... e estavamos nos divertindo como duas criancas.
Foi entao que comecou a musica "As Pastorinhas"... Todo mundo comecou a dancar lento e ele me abracou.
Nos dois suados, o contato com seu corpo, o rosto perto de seu pescoco, aquele cheiro especifico de sua pele arrepiou-me por um momento.
Suas maos acariciavam minhas costas, e aquela proximidade foi uma das sensacoes mais deliciosas que ja senti.
Ele comecou a acariciar meus cabelos compridos, e a uma certa hora, puxou meu cabelo para tras, de um modo delicado, olhando no meu rosto.
Seus olhos pretos brilhavam naquela meia luz, e seu sorriso, seus dentes brancos, passaram a ser uma paisagem atrativa, meio hipnotizadora.
Dancamos olhando um para o outro com uma sensacao de um sentimento que estava nascendo naquele instante, sem que ao menos dessemos conta...
De repente nossos rostos estavam tao proximos, nossas bocas a um milimetro uma da outra, so que eu nao tinha coragem de dar o primeiro passo. (ah! se fosse hoje! rs).
E entao eu senti aquela boca macia na minha. Foi a principio uma sensacao terna, doce, meio de descoberta, mas que se transformou num beijo de verdade.
Tudo em volta parecia meio etereo. As pessoas, a musica, como naqueles filmes que a gente se sente completamente isolados da realidade.
Haviamos descoberto algo totalmente incontrolavel e nao paramos de nos beijar a musica inteira, e em seguida sentamos na escada e nos beijamos por mais de horas (risos).
Eu estava vestida de cigana. Saia comprida, blusa curtinha, uma fita na testa. Brincos e colares.
Ele, de calca jeans e camiseta preta.
La em cima, o pessoal ainda brincava, e nos dois ainda nos descobrindo em nossos
beijos. Essa linda historia de Carnaval virou um pesadelo.
Como o Serginho me fez de boba! Era um "Don Juan" de primeira categoria.
Marcava, nao vinha. Quando vinha, jurava que me amava, e eu acreditavaaaaaaaaaaaaa!
Ele tinha o poder de me convencer facilmente (o que nao eh nada dificil...rs).
E por muito tempo ficamos assim (acho que quase um ano) com esse termina e volta... e todas as "voltas" coincidentemente eram em Bailes, quando a musica As Pastorinhas tocava e a gente dancava e se beijava.
Ele foi uma grande paixao da minha vida. Nao foi meu primeiro amor. Mas foi aquela paixao que a gente fica meio boba e acredita em tudo.

Ate hoje quando ouco essa musica eu me lembro dos bailes, e de nossos beijos.

E de minhas amigas em coro, dizendo: "Nao acredito que voce voltou com ele!". (risos).



®Mary Fioratti

18 fevereiro 2007


DEPOIS DA TEMPESTADE





Dificil explicar somente com uma fotografia a beleza da paisagem depois de uma tempestade de gelo.
Hoje quando chegamos em casa depois da ginastica, paramos por um momento para olhar essa paisagem.
Por mais que eu a explique, nunca voces terao a visao que tivemos.
Aquela neve branquinha no chao, e os galhos das arvores estavam todos prateados a luz do sol, encapados com gelo.
Pareciam arvores de prata.
Uma paisagem que somente Deus poderia fazer, para a admiracao dos humanos.
Simplesmente maravilhosa.


Mary Fioratti

PS: Cliquem na foto para aumenta-la. Todas as fotos que estao aqui em meu Blog poderao ser aumentadas se clica-las.

15 fevereiro 2007




MEUS PEDAÇOS



Tenho tantos pedaços…tantos!
Sou dividida em almas
E calmas
Sou dona das minhas paixões …paixoes confusas
Que em alguns momentos mostram-se
Tão difusas
Numa parte de mim que se perdeu

Sou feita de tantos retalhos
Sofridos, encantados, pobres espantalhos
Desta verdadeira essência
Que sou eu

Sou feita de tantos pedaços
Que compõem essa minha alma vaga e andante
Às vezes quero ser somente a amiga, a companheira
Outras horas… a fogosa e despudorada amante…

Divido-me toda não conseguindo juntar meus pedaços
Quero-me inteira! Quero de tudo um pouco sentir
Um lado meu quer todos os seus abraços
O outro lado...procura a porta para partir

®Mary Fioratti

,

13 fevereiro 2007


TEMPESTADE DE GELO ONTEM EM CINCINNATI






Ontem tivemos a maior tempestade de gelo em Cincinnati.
Comecou de manha, e o pico foi a noite, quando acabou a luz as 7 da noite, e so voltou as 2 horas da manha.
Ficamos enrolados em cobertor, la fora tantas arvores caidas.
Eu havia colocado meu carro em baixo de uma arvore e quando vi, a arvore estava totalmente descida em cima do meu porta-malas.
Nove horas da noite, fui esquentar e limpar meu carro, para tira-lo de la. Havia blocos de gelo grudados no carro todo, foi preciso ficar mais ou menos meia hora ligado, para derreter tudo e ir quebrando com a pazinha.
Um vento e um frio horroroso.
Depois disso, sai com a Patti para andar (risos). Estavamos tao cheias de ficar em casa, e andamos, andamos... mas estava muito frio, e voltamos. Nas ruas ouvia-se apenas as sirenes dos carros de policia, socorrendo acidentes.
As 10 da noite toca o telefone com uma gravacao do Setor de Alarme, dizendo que eles tinham um lugar aquecido (deram o endereco, etc.) e se quisessemos ir para la, poderiamos. Mas dava para aguentar com cobertores.
Fomos dormir cedo, e acordamos quando as luzes se acenderam as 2 horas da manha.
Hoje ficamos sabendo que mais de 8 mil pessoas ficaram sem eletricidade em Cincinnati (e algumas ainda estao).
O pior é que danifica os canos de agua. Precisamos deixar um fio de agua escorrendo em cada torneira, para que nada congele.

Essa tempestade lembro que tivemos em 1991. Depois nunca mais.
So espero que essa seja a ultima!


®Mary Fioratti













SEM NOÇÃO



Vim ao mundo
mais rapidamente
do que o esperado
olhos fixos parados
no rosto de minha mãe
que me tomava
em seus braços mornos

Sem noção
Cresci aprendendo valores
tropeçando em regras
abraçando verdades

Sem noção
Encontrei você
em meu caminho
e compreendi o "doar"
trocando sentimentos
e verdades
aprendendo a amar

Sem noção
tornei-me mãe
Dei nesse aprendizado
o meu amor maior
O melhor de mim
O sumo de meu coração

Sem noção
procuro emoções instintivas
pintando a vida
de cores diversas
misturadas dentro
de meu coração sonhador

Sem noção
Hoje já vivi mais de meio século
E ainda continuo bebendo
As águas da vida
A procura de meu eu...

Sem noção
Sinto uma grande calma
E essa paz hoje encontrada
Rege meus dias
com algumas fantasias...

Sem noção
Vi as rugas de meu rosto
a mudança de meu corpo
e o que ficou para trás, eu reconheço
que sem noção de ate quando
sinto que eu me aceito
e eu me amo
Muito mais!

®Mary Fioratti

12 fevereiro 2007



DORES INCURAVEIS




Fiquei simplesmente pasma ao ler no jornal e em varios posts, o que aconteceu com o menino João Hélio Fernandes. Li, reli, e cada vez que lia, ficava a imaginar a mãe olhando o menino a ser arrastado.
Procuramos dar tanta seguranca aos nossos filhos, como o cinto de seguranca.
No entanto, o proprio cinto fez com que o menino, alem de preso fosse arrastado.
Frustra-nos tremendamente saber que por mais que tenhamos cuidado com nossos filhos, essas barbaridades acontecem.
Senti a dor dessa mãe. Imaginem a dor da familia. Essa e uma dor irrecuperavel!.
Pode-se passar o tempo, mas ela sempre estara ali, viva, e principalmente com a falta do senso de justica.
Uma outra coisa que aprendi com o tempo...é nao ter determinada opiniao a respeito de certos valores.
Um deles: pena de morte.
E facil julgar quando acontece na familia de alguem. E facil dizer palavras como : "Eu nao concordo com isso" "E absurdo".
Eu ja "fui" contra pena de morte. Inclusive, quando o Saddam foi enforcado. Pensava que somente Deus teria direito de tirar uma vida. E alem do mais, pensei que ele merecia mesmo era sofrer, mas vivendo.
Hoje lendo o que aconteceu com esse menino, um forte sentimento de justica se deu dentro de mim.
Li que um deles era menor. E dai? Merecem mesmo a pena de morte. Friamente tiraram a vida de uma crianca, que com certeza, nem sabia o que estava acontecendo.
Meu Deus! Nao consigo tirar essa cena da minha cabeca. E pensar "quantas cenas" dessas acontecem por dia...
Fiquei a pensar em minha filha sendo arrastada. Pensei no desespero da mãe e da irma vendo tudo isso acontecer.
A noite isso nao conseguia sair da minha cabeca.
E hoje repito uma frase que li no jornal: "Quem AINDA consegue ser contra a PENA DE MORTE?"


®Mary Fioratti

11 fevereiro 2007



APENAS UMA MARIA



Eu sou uma Maria qualquer
Mulher sem rosto
Que chega sempre sem aviso
a hora que quer
Não tenho agendas
Não há nada que me prenda
A não ser o sentimento
E da vida...o MOMENTO!
E é você
Sim! Você que me lê
que me pinta no rosto
um sorriso!
ou molha meu rosto
com lágrimas de emoção
Não tenho feição
Tenho sentimento
Essa sou eu: CORAÇÃO!
E é você
que transforma meu choro
em riso
minha angústia
em alegria
e minha vida
Em Fantasia!

®Mary Fioratti

PS: Coloquei essa musica do Milton Nascimento nao porque tenha a ver comigo, mas porque gosto muito!

08 fevereiro 2007





DIVAGAÇÕES



Ontem a tarde estava maravilhosa. A neve branquinha, e o sol deitando-se na paisagem branca. Que visao mais linda!
Parei meu carro diversas vezes na volta do meu servico, para admirar tanta beleza!
A neve brilha, reflexos prateados...dourados...dependendo do lado que se olha.
Fiquei a pensar em Deus, e na maravilha da sua criacao.

Uma vez li num livro que algo para relaxar, e ficar olhando a natureza, ou algo bonito, por alguns instantes, fixando-se somente no que esta vendo, esquecendo as preocupacoes, os pensamentos pessimistas, essa ansia que temos de "adivinhar" o futuro, sem mesmo ter uma bola de cristal...

Ontem quando passei por essas ruas...vi esse boneco de neve. Como me encanto com eles! Fico pensando ao olha-lo o tempo que uma crianca ficou ali, a faze-lo, provavelmente ajudada pelo pai. Uma cenoura no nariz...um sorriso, e ali esta ele, a alegrar a passagem dos demais... Vi uma pazinha jogada, um balde...

Estava sem a minha maquina digital (o que e raro..).

Quando cheguei em casa, tomei um cafe, peguei minha maquina e voltei naquela rua para tirar a foto desse boneco. As fotos enternizam um sentimento que temos. E quero sempre ao olhar nessa foto, lembrar o sentimento que tive ao ve-lo.
Meu pensamento voa...ja enxergo as criancas a monta-lo... a alegria delas de construir algo... a alegria dos pais ao ajuda-las.... e depois ali esta o boneco de neve, que logo sera derretido pelo sol...


Um beijo carinhoso


®Mary Fioratti



















ME CHAMO SAUDADE


Hoje estava a pensar nessa manha nos meus amigos.

Amigos que deixei no Brasil, e que embora ainda continue tendo contato, sinto muita falta.

Estava a pensar nessa manha que a "SAUDADE" faz parte integrante de minha personalidade.
Por essa razao, meu site (atualmente esta sendo passado para outro provedor) se chama "Com Sabor de Saudade", e meu Blog: "Encontro da Saudade".

Tenho saudade de tudo... minha vida é uma "saudade presente". Sempre estou a procura do meu passado, mas essa procura e um resgate de sentimentos, ou seja, dos meus mais profundos e intimos sentimentos.

Desde que vim para ca, mantenho um grupo de amigos que escrevo contando o que esta acontecendo desse lado de ca. Nesse email, quando escrevo, lembro fatos, coisas acontecidas e que me trazem tanta saudade... e pareco ver o rosto de cada um.

Amigos que trabalhei, amigos de infancia, amigos que conheci, amigos que encontrei por acaso...Como eles me fazem falta! Como sinto saudades do sorriso deles, das gargalhadas juntos, de tudo de maravilhoso que passamos, de tudo que descobri, e eles mesmos nao sabem que deram para mim uma parte que esta dentro dos meus sentimentos, e que e uma parte imprescindivel.

Pode-se dizer que as pessoas mais velhas e que comecam com essas lembrancas. Mas eu sempre as tive, acho que desde crianca. Sentia saudade de casas, de quartos, de momentos. De reunioes, de encontros, de abracos.

Quando vou fazer uma viagem, eu curto muito a expectativa dela, mas quando estou indo, ja estou com saudades da hora que eu estava empacotando minhas coisas. Quando estou vivendo os momentos, ja estou com saudades deles.... porque os minutos sao preciosos, e jamais voltam. Como se eles estivessem sendo fotografados, colados num album, e eu sentada, virando as paginas...

Quando vou para o Brasil, cada amigo(a) que vejo, as baterias de meu coracao de renovam, e eles nem imaginam como me fazem felizes.

Quero hoje deixar aqui uma poesia que fiz em homenagem a todos meus amigos. Esses amigos que amo, e que fazem parte da minha vida. E a voces tambem, meus amigos Blogueiros, que ja fazem parte da minha vida.

REMANDO


Assim vamos nos
no barco da vida
remando contra a maré
e encontrando remadores
que nos ajudam na tarefa
algumas vezes dificil
de contornar os problemas
Ah! se nao fossem
nossos amigos remadores
de diversas cores e tipos
que nos ajudam a empurrar
o barco!
Nesses bracos fortes
tantas diferentes personalidades
amigos calmos, amigos alegres,
amigos que nunca desistem
amigos que sempre tem uma palavra
na hora certa
Amigos sem mentiras
constantes, mesmo distantes
Ninguem seriamos sem esses bracos
que tantas vezes nos abracam
e nos acalmam
dando-nos a forca necessaria
para viver
E hoje quero do fundo do coracao
agradecer a todos aqueles
meus amigos remadores
amigos de luta, amigos transparentes
que com olhos da alma
e em momento de luta
deram-me amor e calma
Quando as ondas se tornaram altas
e impossiveis de serem transpassadas
foram diversas maos que se estenderam
nessa minha jornada
Agradeco hoje a Deus
por me dar tantos bracos
tantos olhares profundos
tantos risos espontaneos
tantas emocoes sentidas
Nesse oceano da vida

®Mary Fioratti



07 fevereiro 2007

NEVASCA ONTEM (15CM NEVE)






EI VOCES AI! QUE ESTAO PASSANDO UM CALORZAO NO BRASIL!


QUE TAL UM GELINHO?


Beijos


®Mary Fioratti

06 fevereiro 2007



CARAMBA! E O INVERNO CHEGOU MESMO!





Meus amigos:
E eu dizendo que este inverno estava fraquinho, heim? Ontem com o fator vento, tivemos 17 abaixo de zero.
Sai de manha de casa, e nunca na minha vida (em 17 anos aqui) senti um frio como esse.
O meu carro nao queria pegar, eu estava de casaco, cachecol, luva, e estava "congelada". Quando abri a porta parecia que eu estava entrando num freezer de Acougue.
Meu carro assobiava (risos) e nao pegava. Acabou pegando... O fluido que colocamos para limpar os vidros, os furinhos que saem o liquido, congelaram.

Hoje, vejam como esta la fora. Fui trabalhar de manha, mas voltei ao meio dia e fiquei a esperar minha filha.
La fora vai acumular hoje 15cm de neve. Brrrrrrrrrrrrrrrrrrr.



NOSSO CONDOMINIO E O CARRO DA PATTI


VISAO DO LAGO


EU EM FRENTE DE CASA


ESTA ARVOREZINHA O ROQUE PLANTOU HA DOIS ANOS ATRAS

O dia que ele plantou (contei pra voces?) ele ganhou da Biblioteca, e eu abri o bocao vendo-o plantar, pensando que no futuro essa arvore estaria crescida, e nos
nao estariamos mais aqui. E meu pensamento foi mais para frente, pensando quem estaria cuidando dela, quem moraria nessa casa... Ele olhou espantado para mim : "Mary, por que voce esta chorando?" (Um homem jamais vai entender esses lances da mulher - rs).

O pior nao e o dia que neva...mas no dia seguinte. Porque ou congela o chao (perigoso de andar), ou fica tudo molhado, cheio de sujeira, misturado com a neve.
Amanha acredito que ficara gelo mesmo. Nao sei nem se vou trabalhar.

Normalmente este tempo acontece por volta do Natal, e nao em Fevereiro. Este ano foi tudo diferente.



®Mary Fioratti



HOJE...



Hoje não havia você
a saudar o meu dia
levantei-me com aquela sensação
de estar partida ao meio
metade de mim
via o sol entrar pela janela
desprendia-se meu pensamento
aflito ao seu encontro
Hoje não havia você
para rir do meu riso
acariciar meus sonhos
entender meus silêncios
partilhar da minha emoção
Não ouvi sussurros em meus ouvidos
despertando meu corpo
não contei para você meu dia
não pude ouvir o seu
Fiquei andando pela manhã
perdida em conjecturas
embalando-me com as lembranças
de sua voz
Hoje não houve você
e na minha paisagem
gritou minha saudade
e ouvi o eco da minha agonia
enxuguei minhas lagrimas
e as materializei neste papel branco
em forma de poesia

®Mary Fioratti



04 fevereiro 2007



DISFARCE


Lagrima que teima
em equilibrar-se nos olhos
faz acrobacias
voltando para sua origem
E quando a garganta
engole seco
e o coração
se confrange em um espasmo
ela volta
inundando a íris
e segura-se forte
impagável e absoluta
aos olhos invisíveis
do mundo
Lagrima que teima
em ser mostrada
emoção que reluta
a ser exposta
palavras quase escritas
mas apagadas
E a lagrima
que teima tremulante
insegura
dolorida
fica esperando
que essa dor passe
mas num descuido
inocente
tropeça em meu soluço
e rola
na minha face

®Mary Fioratti

02 fevereiro 2007




SIMPLICIDADE




Tão fácil é conversar com você
quando as palavras fluem emocionadas
e os segredos se desmancham simples
em nossas palavras
Sua voz me traz lembranças
do meu tempo de infância
quando aquele riso solto se fazia
sem malicias...com delicias
de uma perene fantasia
Tão fácil é conversar com você
ouvir sua voz límpida
abraça-lo em pensamento
e ficar a imaginar
o vôo dos seus olhos
a energia constante de sua mente
Falo de mim com naturalidade
nem preciso buscar no fundo de minha alma
as minhas verdades
porque elas fluem como água límpida
da fonte do meu existir
De mim
Para você
Uma entrega aberta, e honesta
um romantismo deliciosamente tolo
quando você me fala de amor
e eu lhe respondo
com canções da minha alma
Tão fácil falar com você
embaixo das cobertas de nossos sonhos
ou do sol morno das nossas almas
quando nossos pensamentos se buscam
num entendimento mutuo
sem necessidade de palavras
Tão fácil amar você
de um modo simples e espontâneo
detendo-se na pura concepção do ser
onde o simples torna-se importante
quando minha alma meio agonizante
Mergulha na sua...para renascer


®Mary Fioratti

01 fevereiro 2007


MAIS UM DIA DE INVERNO





Hoje tivemos neve pela segunda vez. Esse inverno esta mesmo muito fraco este ano, felizmente, pois minha filha dirigindo, preferimos que ele seja bem leve mesmo.
Gosto de dias de neve, quando estou em casa, como hoje. Fico fazendo minhas coisas, e olhando pela janela.
A paisagem e bonita, eu ja nao saberia morar num lugar que nao tivesse neve. Faz parte agora da nossa vida.

Aqui algumas fotos de hoje.

Um beijo!


®Mary Fioratti




MEU CARRO



ENTRADA DA CASA



PATINHOS NO LAGO



OLHA AS PEGADINHAS DELES...




E EU!