29 junho 2009



MINHA VIAGEM DE AMOR



Minha viagem de amor
sempre começa
em seus cabelos macios
mergulho minhas mãos
sentindo a raiz
da sua existência
gosto quando você
fecha os olhos devagarinho
e se aprofunda com alma
nesse meu gesto
e entrega-se todo
a esse momento

Minha viagem de amor
sempre se detém
primeiro em seu rosto
onde quero cuidadosamente
eternizar seus traços
em minha mente
desse seu abandonar
por completo seus sentidos
nessa minha quase ingenua carícia
quando nossas bocas se procuram
e nossas línguas se encontram
em uma dança de delicias

Minha viagem de amor
não tem caminho certo
ela se embrenha
pelo meu mais puro sentir
toma conta de minhas mãos
minha boca e meu coração
para o destino certo
gosto de fitar seu rosto
de olhos fechados
com seus lábios ávidos por um beijo
penetrar em seus sonhos masculinos
com minha mente de mulher

Minha viagem de amor
tem paradas obrigatórias
dirigidas pelos nossos sons
onde matamos nossa sede
com nossos gestos
e encontramos nossas almas
pelo mover de nossas mãos
e finaliza quando seu abraço
apertado e sentido
esmagam meus seios
contra seu peito
fazendo-me sentir seu coração

Mary Fioratti

14 junho 2009




NA PENUMBRA



na penumbra ficou
o beijo molhado
a carícia suave
o olhar demorado
os corpos colados

na penumbra ficou
o gemido sufocado
a língua em serpente
um beijo esfomeado
dado de repente

na penumbra ficou
suas mãos nas minhas
seu hálito de bala de hortelã
suas pupilas que sorriam
antes do sol nascer naquela manhã

na penumbra ficou
a emoção guardada
nos lençóis desarrumados
e nas roupas no chão
e no ar um cheiro de perfume
mesclado com sabor
de solidão