AQUELES MOMENTOS PERFEITOS
Fim de domingo. Uma chuvinha fina daquelas que não param e a natureza simplesmente maravilhosa, com suas cores de outono! Resolvi sair para dar uma volta de carro e ver essa beleza toda. Não dá para descrever a pintura da mão de Deus em cada folhinha. Algumas vezes, somente olhando, sinto vontade de chorar. Pura emoção ao pensar como tudo pode ser tão perfeito!
As ruas estão mais vazias devido ao tempo. Muitas pessoas no shopping, ou dando uma olhadinha nas ofertas para o Thanksgiving (Dia de Ação de Graças). Aqui é tudo assim. Tudo é decorado de acordo com o feriado. Então, a gente vê toalhas de mesa com figuras de abóboras, ou outras decorações, todas no tom marrom e amarelado das folhas.
No começo da minha vida aqui tudo isso me encantava muito. Hoje já se tornou uma coisa mais rotineira. Prefiro mesmo andar de carro, parar, tirar fotos do que entrar nas lojas. Curtir o silêncio, ouvindo música e olhando a paisagem.
Ontem achei um CD que minha filha gravou e me deu de presente na Páscoa há muitos anos atrás. Já não lembrava que músicas que ela havia gravado, mas lembro que eu as escolhi, e levei o CD comigo no meu passeio.
De repente, eu estava perto do Swaim Park, aquela chuvinha, olhando aquela natureza linda; parei meu carro, mas não pude descer pela chuva. E começa a tocar “What a wonderful world” com Louis Armstrong, uma das músicas que eu havia escolhido.
Vocês já pensaram num instante perfeito? Foi aquele. Eu, olhando para aquela beleza, uma linda mistura de cores, as folhas formando tapetes no chão, e essa música tocando. Foi um momento Kodak, como se costuma dizer, digno de uma foto. Mas essa foto deveria ter sido tirada de dentro de mim, do meu coracão, para fotografar naquele momento o grande sentimento de amor e agradecimento que me invadiu.
Na volta, parando em frente de casa, fiquei uns minutos dentro do carro pensando que a vida é uma jornada de altos e baixos, mas é nos momentos perfeitos que encontramos a verdadeira beleza da existência.
Tim-Tim!
*Mary Fioratti*