Desde menina gosto de escrever.
Lembro-me o quanto atraída eu era por esses Cadernos bonitos, que eram vendidos nas Livrarias com o titulo "DIÁRIO".
Achava lindo ter um Diário, e poder ali escrever tudo que eu sentia e pensava. Que pena que não os guardei!
Tinha-os enfileirados dentro do meu guarda-roupa, com momentos especiais e engraçados Falava da família, dos meninos que eu gostava.
Lembro que eu tinha um imaginário, que sempre achei demais, (risos) seu nome era Jair Sérgio (não sei porque dei a ele esse nome). Na verdade, ele existia, quando eu passava por um lugar onde havia um bilhar, ele estava ali jogando, e sempre me olhava.
Então eu inventei que eu tinha um namorado, dei a ele esse nome, e passava a imaginar que saiamos, e que íamos ao cinema.
(Hoje, numa época dessas, e engraçado imaginar que naquele tempo fazíamos isso).
Sempre fui uma romântica incorrigível (na verdade, nem quero ser corrigida - risos).
Tenho até três cadernos (não espirais) com poesias minhas daquele tempo, um caderno com Índice e nome de cada uma. Quando eu as leio, lembro perfeitamente do meu sentimento.
Muitas delas eu as transformei e as publiquei aqui.
Hoje em substituição a esses cadernos, estamos a viver a epoca dos amores virtuais.
Amores virtuais são simples, não são? Estamos do outro lado da tela, sem ver a pessoa, sem enxergá-la, e muitas vezes elas são uma mentira, uma ficção
No entanto nos apaixonamos por ficções.
O real é o dia a dia, e o olhar nos olhos, o tocar as mãos o real em enxergar cada um as rugas do rosto, os defeitos e qualidades, e aceitá-los incondicionalmente.
O verdadeiro amor esta em aceitar a pessoa como ela é, com defeitos e qualidades. Aprender com ela. Crescer.
Posso dizer com meu coracao, que eu encontrei o meu verdadeiro amor. Ele está aqui ao meu lado, dia e noite. Um menino-homem que me entende e me aceita como sou.
Nossas diferenças (e que não são poucas) nos aproximam de um modo tão fantástico! Já tivemos muitas turbulencias...mas nesse temporal sempre nos resgatamos pelo grande amor que sentimos um pelo outro.
Ele é um homem inteligentíssimo, (mas muito simples), meigo, diria até "suave" em seu modo de ser.
Sempre me deu asas. Porque ele sabe que assinar um papel não significa "propriedade." Assistiu minhas conquistas e derrotas. Sempre ao meu lado, me incentivando e me ensinando a ser uma melhor pessoa.
Rimos e silenciamos. E nos entendemos (há quase 30 anos) através da linguagem muda daqueles que ja viveram muito tempo juntos, e sabem se "adivinhar"...
E acho que algo que gosto muito nele é a sua "porção mulher", como na musica do Caetano:
"Minha porção mulher
Que até então se resguardara
É a porção melhor
Que trago em mim agora"
Aquela porção que faz o homem entrar um pouco no mundo de uma mulher, entendendo-a de uma forma mais absoluta.
Embora não seja um grande fã de poesia, lê as minhas. E gosta das que eu faço para ele.
Como essa.