Hoje fui andar no Parque Sharonwoods e tirar talvez as ultimas fotos do Outono. Este ano, como não tivemos muita chuva, a beleza das arvores foi rápida, e consegui tirar algumas fotos, mas não como o ano passado.
Esses dias tenho andado sem radio no ouvido, para poder pensar, e as vezes os pensamentos me inundam, e sinto uma urgência em reorganiza-los. Quantas coisas deixamos passar com nossos pensamentos, sem uma análise, e apenas jogamos num canto, e tudo que pensamos, tudo que sentimos eh tão importante!
A semana passada fui nesse Parque andar, a natureza estava belíssima, toda vibrante, linda... e nessas horas eu sinto tanto a presença de Deus. Então, eu comecei a rezar para minha sogra, imagina-la com aquela luz amarela que eu via daquelas flores, e pedi muito para Deus, mas muito mesmo, que tivesse pena dela, e a levasse. Chorei, mas chorei muito aquele dia, porque na minha cabeça veio assim uma mistura de sentimentos sobre ela, sobre a morte dos meus pais, da minha distância, da vida em si que pode se acabar a qualquer instante.
Como e bom chorar sozinha, sem medo de mostrar o choro, de preocupar as pessoas. Como e bom lavar a alma, soluçar mesmo, deixar os sentimentos a flor da pele. Encostar a cabeça no peito de Deus, e deixar que ele nos acolha, e nos console.
E felizmente essa semana Deus colocou as mãos na cabeça de minha sogra e a levou. Foi um alivio muito grande para meu marido que estava vendo sua deterioração, para mim que aqui de longe acompanhava tudo. A solidão de meu marido foi muito grande! Mas ele conheceu pessoas que o enriqueceram, e que lhe ensinaram muito, assim como Deus, deu-lhe uma lição que sei vai ser difícil ele esquecer.
Nunca passei por isso de uma forma direta, mas percebi em todas pessoas que por isso passaram sentiram aquela forca enorme vir de Deus em sua direção.
Eu acho que a morte precisa ser "sentida" e "vivida", o tal "grieving" que o americano costuma dizer. Eh importante a gente passar por esse período, chorar, sentir saudade, ter as lembranças, isso tudo eh muito importante!
E para mim, na morte de meus pais, ficou um "buraco", um vazio... Um algo "não vivido", meio irreal. Os dois morreram e eu não os vi. Então por muito tempo ficou algo assim "etéreo", como um sonho, como uma coisa que não havia acontecido. Queria ter estado com minha família naqueles momentos. E esse e um buraco irrecuperável.
Hoje, voltando naquele Parque, eu fiquei a pensar na vida. Na rapidez da vida. No ano que voa. Em tudo que fazemos correndo, com pressa, querendo engolir o dia, e na nossa cabeça que fica pensando em coisas que precisam ser feitas, e que nunca serão feitas.
Queria um dia poder sentar calmamente pegar todas as fotos que tenho amontoadas em inúmeras caixas, e separa-las, fazer álbuns, curtir aquelas lembranças, uma a uma.
Quantas coisas eu queria!
Queria ter tempo de curtir meus amigos, um por um, olhar nos olhos de cada um, perguntar como estão, ouvir eles me contarem historias de suas famílias, de seus filhos, trocar figurinhas. Enriquecer minha vida.
Abraçar minha família, ver meus sobrinhos crescerem, acompanharem suas trajetórias, curtir um almoço cheio de barulho e fotografias.
O aprendizado nesse nosso mundo nunca acaba. Aprendemos com o dia a dia, com pessoas que nos hostilizam ou nos agradam. Aprendemos a sufocar nossos sentimentos, ou extravasá-los. Aprendemos a falar, ou a calar. A sorrir, ou chorar. Tudo isso parece uma maquina, uma engrenagem que lubrificamos com nossa inteligência Nem diria inteligência, mas sim experiencia. Aquela experiencia acumulada dos anos, que nos faz ficar mais sábios diante de diversas situações.
Já não queremos ganhar a partida. Mas sim curtir a jornada. Não importa se somos vencedores, ou perdedores. O que importa é essa tranquilidade interior que floresce, que nos guia, parecemos assim estar navegando num mar manso, onde sabemos as paradas nas ilhas, e o poder que as ondas tem em nos derrubar. E quando nos derrubam, o poder que temos de nos levantar!
A vida é tão rica. E não a percebemos. Ligamos para coisas tão pequenas. O nosso ego é tão forte. Quero sempre esquecer o meu ego...e lembrar-me sempre do meu coração que pulsa, da minha alma que geme.
Olhar o lado bom das pessoas, e se não for falar nada que as enobreça, fechar minha boca e não falar nada.
Hoje olhei a natureza, e sentei-me num tronco em um atalho, e fiquei curtindo um silêncio gostoso, e ouvi muitas vozes dentro de mim. Ouvi meus pensamentos, pude perceber melhor meus sentimentos. Foi um momento de extrema importância, e quis aproveitar cada coisa que eu pensava. Não joguei nada fora. Trabalhei em todos aqueles pensamentos, dessa vez não ignorei as minhas angústias.
Apenas confortavelmente sentei-me no colo de Deus, deitei minha cabeça em seu peito, e me senti a filha acolhida e entendida. Não precisei falar nada. Ele sabia de tudo.
Ensina-me meu Deus, todos os dias, a não deixar de reconhecer tudo aquilo que tenho, todos meus tesouros internos, toda minha rotina maravilhosa, meu trabalho abençoado, minha família, meus amigos, aqueles que ainda não conheço e vou conhecer. Faz-me cada vez mais humilde, e que meus valores sempre possam sobreviver.
Que eu possa sempre, sempre perdoar.
Obrigada pela minha VIDA!
Mary Fioratti
Algumas consideracoes do EGO pela Revista Saúde, que me foi enviado por email por minha amiga Emiele, e que achei muito bonito e verdadeiro!
Abandone a idéia de você baseado em seus feitos
É um conceito difícil quando se acredita que a pessoa é o que ela realiza.
Deus compõe todas as músicas.
Deus constrói todos os prédios.
Deus é a fonte de todas as realizações.
Posso ouvir os egos protestando em alto e bom som.
Mas, vá se afinizando com essa idéia.
Tudo emana da Fonte!
Você e a Fonte são um só! Você não é esse corpo ou os seus feitos.
Você é um observador.
Veja tudo ao seu redor e seja grato pelas habilidades acumuladas.
Todo crédito pertence ao poder da intenção, o qual lhe fez existir
e do qual você é uma parte materializada.
Quanto menos atribuir a si mesmo suas realizações, mais conectado estará com as sete faces da intenção, mais livre será para realizar
e muito aparecerá em seu caminho.
Quando nos apegamos às realizações e acreditamos que as conseguimos sozinhos nos abandonamos a paz e a gratidão à Fonte.
Abandone o querer vencer.
O ego adora nos dividir entre ganhadores e perdedores.
A busca pela vitória é a forma infalível de evitar o contato consciente com a intenção.
Por quê? Porque basicamente é impossível vencer sempre.
Algumas pessoas serão mais rápidas, mais sortudas, mais jovens, mais fortes e mais espertas que você e acabará se sentindo insignificante e sem valor diante delas.
Você não se resume as suas conquistas e vitórias.
Uma coisa é gostar de competir e se divertir num mundo onde vencer é tudo, mas não precisa ser assim em seus pensamentos.
Não há perdedores num mundo onde todos compartilham da mesma fonte de energia.
Só se pode afirmar que, em determinado dia, sua atuação esteve num certo nível comparada a outras.
Mas cada dia é diferente, com outros competidores e novas situações a serem consideradas.
Você continua sendo a infinita presença num corpo que está a cada dia ou a cada década, mais velho.
Pare com essa necessidade de vencer, não aceite o conceito de que o contrário de vencer é perder.
Esse é o medo do ego.
Se seu corpo não está respondendo de forma vencedora, não importa, significa que você não está se identificando unicamente com seu ego.
Seja um observador, perceba e aprecie tudo sem a necessidade de ganhar um troféu.
Esteja em paz e alinhe-se com a energia da intenção.
De forma inusitada, as vitórias aparecerão mais em seu caminho quanto menos as desejá-las.