24 setembro 2011



A DOR DO AMOR



A dor do amor é como um relâmpago
num céu limpo e azulado
intenso, possante, dominador
o coração se sente assim...despedaçado
é assim a dor do amor
por que o amor dói?
se deveria apenas amansar a alma
por que exulta-se? incendeia-se?
por que queima? arranca a pele?
a dor do amor
...parece ferida aberta
sangra... fica exposta
e não ha band-aid que a cubra
não ha remédio que a anestesie
arrepia a alma, parece que nunca passa
é como numa janela de um trem
quando a paisagem passa...passa....
e nunca acaba...
como se o mundo não tivesse um fim
naquelas estradas intermináveis
assim é a dor do amor
uma loucura em vida
um pano de fundo
um riso descontrolado
um choro descompassado
a dor do amor só passa
quando acorda a alma
que dorme tranquila
e a deixa em alvoroço
ela quer a presença
o cheiro, o toque, o abraço
quer o beijo enroscando línguas
as pernas entrelaçadas
e depois do amor,
essa mesma dor... o amor abraça



fecha os olhos devagarinho
acalma todos os sentidos
e fica em estado de graça


Mary Fioratti

11 setembro 2011



Mãos de Cetim


queria ter minhas mãos
como um cetim
tocar sua pele máscula
e fazer-me sentir
pela suavidade
pela ternura
e no gesto apenas
a simplicidade do toque
mãos transparentes
ligeiramente suadas
mornas e apaixonadas
derretendo em seus poros
minhas digitais
queria ter minhas mãos
movendo-se em caricias suaves
arrepiando seus pelos
entendendo a linguagem
de seu corpo
passeando pelos seus sentidos
direcionando-as obedecendo
seus sussurros roucos
em meus ouvidos

Mary Fioratti