29 junho 2008



O QUE EU APRENDI HOJE?




Como disse a vocês, adoro o verão!
É um tempo que me faz reciclar, junto todas minhas energias para o inverno que chega.
Sinto-me nova.
Uma amiga me disse que a minha declaração de amor pela vida é o antídoto para todos os males.
Deve ser verdade mesmo. Porque sou feliz aos extremos, com as pequenas coisas que me acontecem.

Se vocês pensarem bem, tudo e um grande presente! Mesmo as pequenas coisas que nos são mostradas no dia a dia.

Aprendi a manejar meus pensamentos, e fazer deles sempre um alvo positivo para tudo.

Muitas vezes quando deito, começo a pensar na minha filha, ou na minha família, e esses pensamentos as vezes tornam-se preocupados com alguma lembrança. Então, sigo o exemplo que minha irmã me deu: pensar detalhadamente na cena de um filme bonito que assisti, ou lembrar num acontecimento gostoso de minha vida.
E as minhas lembranças preferidas sempre recaem no tempo que eu era jovem e assistia novelas com minha mãe na sala, nossas reuniões de Natal.

Tambem gosto de lembrar de pedacos da infancia da minha filha. E um deles era quando ela tinha 14 anos, e eu deitava com ela e ficavamos a conversar a noite. A lembranca que tenho era olhar para seu sorriso com aquele aparelhinho nos dentes.

Um dia desses eu estava a pensar sobre o destino. Sobre as coisas predestinadas, essas que dizem "serem escritas".
Acredito que com nossas atitudes, podemos influenciar nossa vida.
Através de nossa vida, Deus nos da lições. Essas lições se apresentam diante de nos com muitos "rostos" diferentes.
Pessoas que encontramos nas ruas, fatos que acontecem diariamente em nossa vida são lições constantes, mensagens camufladas.
O desafio MAIOR é saber interpretar tudo que aparece em nosso caminho.
O importante é saber que Deus não da nunca MAIS do que podemos suportar.

Acredito que as pessoas que cruzam nossa vida tem um significado especial, e trazem ensinamentos como se fossem "paginas de livros".

Vocês já sentiram uma felicidade interior por terem aprendido algo? Uma lição de vida que vai fazer uma grande diferença no nosso dia a dia?

Muitas vezes eu me senti assim. E sempre procuro passar para a frente o que aprendi. E procuro passar de uma forma subjetiva, em meus gestos, em minhas atitudes. E sempre procuro aprender com outras pessoas, um pequenino segredo para se viver. Principalmente com os velhos, que são verdadeiros livros de historias. E com as crianças, pela simplicidade. Como elas, deveríamos enxergar tudo pelo coração.

Enquanto na vida podemos crescer, e aprender, tudo vai ter um sentido.

Vou dizer a vocês agora, algo que aprendi.

Sou uma pessoa a mil por hora. Faço diversas coisas ao mesmo tempo, e enquanto estou fazendo, já estou pensando na próxima. Muitas vezes chego em casa e começo a arrumar a cozinha, enquanto passo pego os tapetes no corredor, ao mesmo tempo varro a área, enquanto lembro que tenho que ligar para alguém.
Num intervalo, eu venho aqui, e escrevo rapidamente um email para minha filha. Depois volto ao que estava fazendo.
Esses pensamentos e essas acoes passam quase todas ao mesmo tempo na minha cabeça, e também nas minhas atitudes.

Essa cirurgia que eu fiz em fevereiro, eu adiei por muito tempo. Mas nao por medo.
E sim porque eu ficava pensando em ficar parada, ou dependendo de meu marido, sem poder fazer as coisas.

No entanto, percebi nessa cirurgia a lição que Deus me ensinou: apreciar as coisas com lentidão. Olhar para o mundo de uma forma mais apreciativa, mais detalhada, em vez de tropeçar na vida.
Aprender a ser humilde, e depender dos outros.

Passei a TER que andar devagar, a fazer as coisas com mais lentidão. Isso me deu uma perspectiva tão diferente do mundo!
Comecei a perceber a minha fragilidade, e não somente a minha "fortaleza".
Entendi com mais profundidade o mundo das pessoas velhas.

É indescritível a sensação que sentimos quando estamos num Hospital. Ou quando estamos doentes. Vestindo uma roupa branca num Hospital antes de uma cirurgia, nos igualamos a todos os seres humanos. Ali não existe vaidade, mesmo porque ela não vai adiantar muita coisa. Estamos ali entregues nas mãos de Deus.

O que queria passar para vocês hoje, e o que estou sentindo. A vida é preciosa. Cheia de lições escondidas, onde temos que como um quebra-cabeças, ir juntando as pecinhas...uma aqui, outra ali...

Que possamos todos os dias achar uma pecinha nova. E no fim do dia perguntarmos a nós mesmos: "O que eu aprendi hoje?"

E você que vem aqui me visitar ... conte uma coisa que aprendeu com a vida.

Eu gostaria de aprender também!


Mary Fioratti

10 junho 2008




LEMBRANÇAS DO PRIMEIRO AMOR




O amor do meu tempo era um amor diferente...
Não era um sentimento de "ficar", era de "estar"... sem preocupações de que o amanha viria.
Não havia esse medo de envolvimento. Havia apenas o "sentir" absoluto em todas suas formas.

Tive meu primeiro namorado com 19 anos. Digo, o "real" namorado mesmo, aquele de marcar encontro, de sair, ir ao cinema, de falar ao telefone por horas.
O primeiro dia dos namorados que passamos juntos, ele veio com uma enorme caixa... dentro tinha uma flor branca (somente uma), e um vidrinho de perfume pequeno (que mais tarde soube ter sido roubado de sua tia). Valeu o roubo. O perfume era francês e inesquecível.

Com ele tive meu primeiro beijo, que na verdade, não foi tão marcante assim. Talvez porque eu não tivesse por ele um verdadeiro sentimento de um primeiro amor.

Meu primeiro amor eu tive com 21 anos.
Encontrei-o num Baile. Cabelos claros, um sorriso iluminado, aproximou-se de mim e me tirou para dançar. Eu estava com um vestido verde comprido de cetim. Lembro que ele me apelidou de "Princesa de Verde"...
Com ele tive dias sucessivos de emoções. Talvez porque dentro de mim eu o via como aquele Príncipe Encantado que temos na imaginação.
Mas ele era diferente. Muito diferente dos tradicionais. Sempre dizia frases inesperadas, e fazia a vida nada rotineira.
Muito inteligente, sensível, mas uma sensibilidade diferente. Não gostava muito de mostra-la em palavras. Mas seus gestos sempre diziam.
Foi um namoro assim de "idas" e "vindas", mas com momentos muito intensos.
Embora eu tivesse 21 anos na época, eu era muito inocente. Sempre estava a beber suas palavras e a fazer poesias. A sonhar com o próximo encontro.

Não me lembro especialmente de nenhum dia dos namorados com ele. Mas posso dizer que todos os dias que ficamos juntos foi de uma surpresa inusitada, e para mim, um sentimento único, que hoje se tornou uma bonita recordação.

Como o dia dos namorados transpira romantismo, aqui deixo duas poesias (das muitas) feitas para ele.



PRINCESA DE VERDE


Há anos luz
Nem sei contar o tempo
Talvez em duas mil luas?
Eu tive o galho mais alto
De uma árvore gigantesca
Que ficava na curva
De uma esquina
Nesse tempo
eu tive também uma rosa
Que permaneceu guardada
Naquela roseira
Que nunca foi arrancada
Mas me foi dada por você
Numa noite com luzes multicores
Fui uma princesa de verde
Quando meus sonhos
Nasciam como flores
E quando os desenganos
Nao doíam tanto
Como doem agora
Naquele tempo
Havia uma clareira
Onde nos beijávamos
Até ficarmos sem ar
Trocando juras de amor
Como se não pudéssemos
Nossa ausência suportar
Havia versos de Neruda
ao som de "Goodbye Yellow Brick Road"
cantado pelo Elton John
Houve um tempo
Que olhei com tanta angústia
O galho desta árvore
A flor naquela roseira
E a sombra da nossa clareira
Hoje a sua ausência
Tornou-se apenas um sopro
Perdido num tempo longínquo
De adolescência

®Mary Fioratti





SEU SORRISO


Lembro-me agora...sempre foi assim
Esse seu sorriso
Ele sempre me trouxe
Aquela alegria nascida espontânea
Com uma ternura incontida
na expressão de seus olhos
Seu sorriso é incomparável
Porque é o seu sorriso
Unicamente seu
Um dia eu lhe perguntei
"O que quer que eu faça
Para fazê-lo feliz?"
E você respondeu: “Dança uma valsa comigo?”
Era noite, e o palco tão informal
Estavamos em um caramanchão
E ainda me lembro
Voce me enlaçando pela cintura
Seus olhos na penumbra
E do jeito que você sorria
Você sempre me passou uma alegria
Natural, espontânea, muito sua
Seus sentimentos eram tão seus, tão próprios
(não sei como explicar)
Quando ficávamos sentados na grama
em frente ao pôr-do-sol
Ainda me lembro da entonação de sua voz
A contar-me a historia de Fernão Capelo Gaivota
E sua sede de voar
E eu ficava perdida em seu rosto
Observando seus traços
acompanhando a expressão de seu olhar
que voava na paisagem empolgando-se com seu relato
(eu o sentia assim, como Fernão, querendo alçar o vôo mais alto)
Lembro tambem que seu olhar se transformava
Mesclando-se de tristeza
Quando contava-me historias do Campo de Treblinka
Mas de repente voltava o seu sorriso
Um sorriso de menino, um puro sorriso
Naquele momento
Meu carinho mais profundo se estampava
Em minha face
E meu coracao, estava transbordante
Talvez você nunca tenha notado
(E hoje, falo de um tempo passado)
Você foi meu primeiro amor
Aquele que me fez burlar meus próprios sentidos
e sonhar acordada com sua chegada
Escutando uma música dez vezes
Ficando perto do telefone
e ouvir voce dizer:
“Voce viu que arco-iris lindo esta lá fora?
Saindo em disparada para seu encontro
abrindo os lábios para receber seu beijo
Tudo com tanta pureza de alma!
Mas olha...hoje tudo que queria lhe dizer
É do seu sorriso
(dispersei-me em tantas lembrancas)
seu sorriso é
incomparável...


®Mary Fioratti



UM FELIZ DIA DOS NAMORADOS A TODOS!

Mary Fioratti

02 junho 2008

QUANDO SUAS MAOS ME TOCAM....


Quando suas maos me tocam
minha pele se transforma
em pura seda
elas descem em meu corpo
num reconhecimento ansioso
enquanto vislumbro
o paraiso...
Gosto daquele seu olhar parado
sua expressao seria
que de repente se transforma
no mais puro extase
Quando suas maos me tocam
ouco o som do meu libido
e moldo-me em suas maos
naquele aconchegar perfeito
Voce, menino-homem
diz coisas bem baixinho
em meu ouvido
arrepia-me inteira
deita-se em meu corpo
espreguica-se, enlaca-me
ri do meu riso
espanta-se...alucina-me
conta-me historias, emociona-se
aperta-me contra seu peito
pedindo caricias cumplices
Da-me aquele olhar carinhoso
veste-me de amor
daquela maneira mais pura
e me beija na boca com desejo
quando na penumbra do quarto
invade-me com extase e ternura

®Mary Fioratti