30 janeiro 2007



ESTRADA DO AMOR



Centro meu olhar em sua boca
Voce fala, mas nao consigo entender
ela se move, se contrai, se fecha
voce explica, da um meio sorriso, fica serio
e fico a olhar esse bailado
acompanhado com o ritmo da sua voz
uma voz quase de crianca
e quando voce ri, o som de sua risada
enche meu mundo de alegria
Voce tem o poder de transformar
uma magica que é mesmo somente sua
Quando estamos frente a frente, bem juntos
e olho para dentro de seus olhos
suas maos passeiam em meu corpo
tocando as rendas da minha blusa
passando a mao em minha calca jeans
cheirando meus cabelos, puxa-me contra voce
e naquele momento respiramos alterados
quando voce insinua a lingua em meu ouvido
fala de fantasias e desejos sussurrados
Ah esses desejos!
esse versejar de ternura e volupia
esse respeito, meio desrespeitado...
Essa sua mao que percorre os tuneis
de minhas roupas justas
e esse seu olhar de malandro apaixonado
Rendo-me aos seus desejos
provando o gosto unico de sua boca
e enquanto acaricio seus cabelos sensualmente
suas maos ainda passeiam
dentro e fora de minhas roupas
viagem cheia de curvas, derrapadas longas,
deliciosas paradas, lentas e depois velozes
Voce dirige olhando o espelho de minha alma
muda minhas marchas, de acordo com meu desejo
e como uma gata manhosa no cio
moldo-me a sua volupia, canto em seus ouvidos
ate que nos dois, experimentando nossas delicias
perdemos a nossa bussola...e procurando nosso norte
achamo-nos no sul de nossas caricias


®Mary Fioratti

29 janeiro 2007



SEGREDOS DA ALMA





Quantos segredos guardam nossa alma! Sempre a espreita, parece um cofre onde guarda os nossos mais intimos segredos.
O ser humano e privilegiado por ter o poder de seus pensamentos e sentimentos. Nao ha o que possa interferir neles.
As vezes me pego olhando as pessoas e tentando imaginar o que estao pensando ou sentindo. Cada um, com uma alma caracteristica, muitas vezes escondem dores que jamais serao descobertas.
Quando fui para Chicago a semana passada, sai do Consulado e fiquei andando pelas ruas, fazendo hora, ate que meu onibus saisse.
Entrei entao num Shopping muito bonito, sentei numa poltrona muito aconchegante e fiquei a observar as pessoas.
(Uma das coisas que eu mais gosto).
Entravam e saiam, umas vestidas sofisticadas, outras simples. Um casal parou na minha frente, o filhinho corria pelas lojas, estava aprendendo a andar. E andava e caia. E os dois olhavam para o filho com aquele olhar de orgulho.
Imediatamente lembrei-me quando minha filha andou pela primeira vez. Estavamos o Roque e eu, na Lavanderia do apartamento em Detroit, e de repente ela, que estava sentadinha no chao, levantou-se e saiu tropega, deu tres passinhos e caiu no chao. Jamais vou esquecer o olhar que o Roque e eu trocamos. E o sentimento que tivemos naquele momento.

Assim somos nos, vamos pela vida colecionando sentimentos.

Sai do shopping e vi um "Starbucks", eu nao havia tomado cafe ainda, e eu sabia que la poderia conectar meu laptop. Na frente do lugar, havia um homem preto, pobre, sacudindo uma latinha. Todo falante, saudava todos que passavam: "Bom dia Madame, como vai? posso ajuda-la?" E todos que entravam no Starbucks, ele abria a porta, sempre com a latinha na mao.
Quando entrei, e pedi meu cafe, sentei na janela que dava para a rua. Fiquei a saborear meu cafe, e um muffin de banana que havia comprado. E fiquei a observar aquele homem.
Ele parecia tao feliz, muito mais feliz do que eu, sacudindo sua latinha, cumprimentando as pessoas, parecia realizado.
Este homem, na verdade, estava vestido dignamente, nao como um mendigo, (digamos um mendigo mais sofisticado -rs), mas parecia uma boa pessoa.
De repente saiu um homem do Starbucks, e jogou algo no lixo. O mendigo se aproximou, e enfiou sua mao no lixo, catou a metade de um muffin ja comido, e um resto de cafe do copo. Tomou o cafe e comeu aquela metadinha como se fosse o manjar dos deuses.
Percebi que meu muffin ja nao tinha o mesmo gosto. Fiquei a olhar aquele homem, e pensar...fosse ele quem fosse...estava comendo restos do lixo.
Guardei a metade do meu muffin, e abri meu laptop. Chequei meus emails, sempre olhando para fora, e observando aquele homem.
Alguns o ignoravam, outros colocavam uma moedinha na latinha.
Antes de sair, levantei e fui la comprar um muffin e um cafe. Ao me ver saindo, o homem veio abrir a porta (a procura de algumas moedinhas, claro). Estendi para ele o muffin e o cafe.
Ele me olhou e disse: "A sra quer que segure para a sra"? Eu disse: "Nao, e seu".
Ele pegou o cafe e disse: "Nossa moca, ta fumegando! Obrigada!". Pegou o muffin com outra mao (e ate esqueceu da porta - rs).
Sentou-se num murinho, e comeu tao prazeirosamente aquele muffin, e dava goles cuidadosos no cafe fumegante.
Senti que a alma daquele homem era boa.

Isso me fez lembrar (uma coisa foi ligando a outra) uma das vezes que fui com minha filha para o Brasil, ela tinha 7 anos. Fomos andar no centro de S.Jose dos Campos, e perto do Forum, bem no centro, havia uma mulher pobre sentada no chao, com o seio de fora, miseravelmente vestida, dando leite a uma criancinha. Minha filha nunca havia visto isso na vida, e ficou petrificada. Parou em frente da mulher, e ficou a olha-la. Viu que algumas pessoas colocavam dinheiro numa caixa que tinha em frente dela. Ela olhou para mim e disse: "Mae, voce tem dinheiro?" Tirei da bolsa e dei para ela, que colocou na caixinha sem desgrudar os olhos da mulher.
Sei que aquilo impactou muito minha filha, que vivia num mundo, onde nunca havia visto tal miseria.
Dois anos depois fomos novamente para o Brasil e ela disse: "Mae, vamos na cidade, quero ver se aquela mulher ainda esta la".

Continuei minhas andancas por Chicago. Uma cidade cinzenta e triste.

Dei sinal para um taxi (ja estava na hora de ir para a Union Station onde pegaria o onibus). Parou um taxi, um motorista hindu. Sei que tenho um tremendo sotaque, mas tenho uma tremenda dificuldade de entender os hindus quando falam Ingles.
Um homem mal educado, sem paciencia, cortava o transito xingando um ou outro... e virava para mim e dizia um monte de coisas que eu nao entendia, mas eu sorria e concordava.
Afinal, descobri que o sorriso tem um poder ilimitado. Mas nao o riso, mas o "sorriso"... Aquele assim meio timido, como "concordando" ou "discordando", seja la o que ele queira...

E quando vi esse motorista, lembrei-me da ultima vez que fui ao Brasil. Peguei um taxi, e conversando com o motorista perguntei se ele ja havia sido assaltado. Ai ele diz assim: "Fui sim minha senhora, eles encostaram o revolver na minha cabeca...e o outro de tras, dizia, mata ele, mata!". E eu disse: "Olha, leva tudo que eu tenho, mas nao me mate nao. Eu acho ate que voces tem razao de roubar, do jeito que esta esse Brasil, a semana passada mesmo eu estava pensando em fazer isso"...rs
Ai disse: "A sra. ve dona, o que a gente acaba falando para nao ser morto?"

Sou uma observadora eterna das pessoas. Tantas almas diferentes, tantos sentimentos abrigados em tantos coracoes que pulsam, tantas verdades e inverdades, tanto sofrimento, tanta miseria. Diferencas enormes de vida.

Temos tantas coisas para dar...e uma alma repleta para sentir.


®Mary Fioratti

28 janeiro 2007



E O INVERNO CHEGA




Hoje amanhecemos com uma nevasca. Demorou este ano. A primeira que tivemos foi no comecinho de Dezembro, e nem foi uma "nevasca", mas apenas "flurries" que sao "casquinhas" de neve...
Lembro quando cheguei nos EUA, e moravamos num apto mobiliado que a Companhia que o Roque trabalhava nos deu, ate que achassemos um apartamento.
Esse apartamento era tipico americano, com uma janela em frente da pia, onde se via la fora.
Era mais ou menos assim:



Eu lavando louca de repente comecei a ver flurries...aquelas casquinhas brancas caindo do ceu.
Como toda caipira que se preza (eu ainda estava na fase do: "uia!") larguei a louca e coloquei um sueter, e fui la fora. Olhava para o ceu, e via aquelas cascatinhas brancas caindo, que lindo!
Uma experiencia que nunca vou esquecer.

Depois a primeira tempestade de neve, quando desci para ajudar o Roque a limpar seu carro, e tivemos um acesso de riso, pois "chovia" neve, e limpavamos, e caia de novo no vidro do carro... lindo em filmes, mas na vida real... nao eh tao lindo.

Lembro uma vez que eu sai com a Patti, ela atras na cadeirinha, e meu carro comecou a deslizar na rua...puro gelo. Eu nao tinha controle da direcao, e tudo que aprendi, na hora, nao funcionou. Simplesmente relaxei, e deixei o carro ir... Eu olhava e outros carros vinham, e eu apenas rezava que nao batesse em nenhum... e o carro ia.... ate que parou perto da calcada. Eu tremia de medo...imagine se algo acontecesse a minha filha, se algum carro se chocasse com o nosso.

Isso aconteceu em Detroit... Detroit tambem, alem da terrivel neve no inverno, no verao era tornado, um apos o outro. Eu ja estava acostumada a sair na rua, e ouvir uma sirene de tornado. Parecia tao normal quanto uma estacao de radio ligada com musica. Ja nem me assustava mais.

Uma vez vimos um tornado vindo...aquele tunel preto, em nossa direcao, e foi assustador. Moravamos num apartamento que nao havia o "basement" (parte subterranea), e ficamos dentro de um armario no meio do apto... ouvimos aquele barulho horrivel la fora, parecia estar quebrando tudo.
Quando saimos mais tarde, o telhado do nosso vizinho havia sido arrancado.

Lembro hoje de um fato engracado. Eu fazia "English as a Second Language", um curso de Ingles para estrangeiros. E havia uma menina do Mexico, seu nome era Sara. E comecamos a contar os fatos engracados que passamos num Pais diferente. E ela disse que quando chegou aqui, o marido deu a ela um carro. Um dia ela na rua, e o radio do carro comecou com um barulho, e ela virava o botao e todas as estacoes com o mesmo barulho.
Ela ligou para o marido e disse: "Esse radio esta com defeito". Ele disse: "Isso eh alarme de tornado, esconda-se no primeiro lugar que encontrar".

Assusto-me com esses fenomenos da natureza. Passamos por muitas aqui. Agora me assusta esse aquecimento global.

Hoje assim amanheceu o dia na minha janela:





Mary Fioratti

27 janeiro 2007




QUE SEJA...




Que a descoberta
seja lenta cheia de ternura
quando os gestos
desmancharem-se em desejo

Que seja sentido
o tremor da caricia
o suspiro entrecortado
no tocar de malicia

Que a voz sussurre
melodias incompreensíveis
permita-se o choro
a liberdade da expressão

Que o momento seja intenso
louco, desvairado e-terno
e que o grito rasgado
corte a noite e pare o tempo

Que seja in-tenso
não guardando pudores
tingindo os lencois do amor
de todas as cores...


®Mary Fioratti

25 janeiro 2007



O APELO DA PAIXÃO



Quero todas suas horas
desde o momento que voce levanta
e olha para o nada
quando movimenta-se lento
em descompasso com o tempo
Estenda-me os bracos, toma-me
envolve-me com sua ternura
com seu riso de menino
com seus beijos, seus carinhos
Vou transformar todos seus minutos
em puro amor, amor desinteressado
amor que pulsa, que pede, que mendiga
amor de menina, de mulher...
Quero todas suas horas
quando voce anda pensando no nada
volta para casa fitando estrelas
na madrugada
sonhando com o impossivel
Vou mudar seu ritmo, atrasar seu relogio
confundir seu tempo com caricias
faze-lo perder a nocao de onde esta
Beijarei sua boca em emergencia
ate que as horas transformem-se em momentos
e facam-se languidas e lentas
provocando-lhe arrepios no corpo
deixando os desejos brotarem na pele
quando minhas maos
deslizarem entre suas roupas
Vem...encontra-me quando o relogio
marcar o tempo certo
vou confundir seus ponteiros
desacertar os minutos com minha ansiedade
e fazer desse momento
Uma eternidade...

®Mary Fioratti


24 janeiro 2007



DANÇA (POETRIX)




Dancei a noite inteira
no palco iluminado
de seus sonhos




®Mary Fioratti

23 janeiro 2007



EMOÇÕES



Esse seu olhar pedinte
devassa os lençóis
como chamas ardentes
as mãos que acariciam meu rosto
e depois meus cabelos
e tocam meus lábios... os seus dedos
com ternura infinita
Perpetua-se o silencio
respiração entrecortada
murmúrio das caricias
beijo nas bocas molhadas
Abrem-se e fecham-se os nossos olhos
num concerto de emoções
onde afinamos o instrumento
do nosso sentimento
através de nossas mãos...


®Mary Fioratti

22 janeiro 2007



A F A G O




Detenho-me na arte
de seus gestos
cuidadosamente explícitos
delicados, meio contidos
expressando-se no silencio
que adivinho

Suas mãos buscam as minhas
e quando você as tem entre as suas
nossos dedos se entrelaçam
e todos os cantos
se arrematam
em um toque único

E então você sorri daquele jeito
penetrando minha alma
intuindo meu sentimento
e quando me beija
o silencio afaga
esse momento


®Mary Fioratti

21 janeiro 2007



CHICAGO



Meus amigos:
Que viagem mais "terrivel"! Ja que comecei a historia, vou terminar...
Hoje foi engracado. Acordamos, e eu me arrumando, fui fazer o cafe, quando abrimos a porta para sair, ESTAVA A MAIOR NEVASCA!
Mas neveeeee mesmooooo! Ai que desanimo! Detesto viajar com neve!
Fomos ate o centro da cidade (mais ou menos meia hora dirigindo), tantos acidentes na estrada!
Chegamos e ficamos esperando o tal Megabus. Nada do onibus. Muita gente na calcada, estudantes, executivos, e nevava muito!
Ficamos esperando em baixo de uma cobertura de um Hotel. O Roque resolveu ir embora, pois nossa filha iria trabalhar as 9:00 e ele nao queria que ela dirigisse.
Fiquei la com esse grupo ATE AS 9:00 DA MANHA!
E finalmente rumamos para Chicago. Na estrada muitos acidentes!
Paramos em Indianapolis, Indiana, por 10 minutos. Depois, direto para Chicago. Que viagem mais lenta!
Chegamos em Chicago as 3 da tarde (se bem que aqui ha uma diferenca de 1 hora a menos em relacao a Cincinnati).
Nao gosto dessa cidade. Eh feia, cinzenta, mesmo nos dias de sol ela nao consegue passar aquele colorido de cidade.
Ela tem 2.7 milhoes de habitantes na cidade,e aproximadamente 8 milhoes nos suburbios ao lado dela.
Eh chamada de "windy city" (realmente nessa terrinha, como venta!).

Eles dirigem como loucos...impressionante o transito aqui!
Acabei de chegar do jantar. Eu havia tomado somente cafe da manha, e meu estomago estava nas costas (como diz o brasileiro! - ah! como adoro essas expressoes!).

Fui num Restaurante Chines (adoro comida chinesa) e comi um "egg roll" e um "arroz com vegetais". E claro, tomei um vinhozinho branco... afinal, eu mereco!

Estava conversando com o porteiro do Hotel que me deu todas as coordenadas para pegar o onibus que para em frente ao Consulado. Peguei um mapa! (O Roque se visse morreria de alegria - ele adora mapas e quer que eu aprenda).

Agora me digam: Nao eh mais facil parar nos Postos de Gasolina?

E ele fica me provando que o sol nasce no East... mas se o sol nao nascer um dia, heim? Onde fica esse tal de "East"? (risos).

Ah como gosto de ser mulher! A gente parece que eh bobinha, ne, mas faz tantas coisas que eles nao fazem.... (concordo com vc, Pe de Salsa!).

Enfim, o post nao eh para falar dos homens, mas de Chicago.

Amanha quando for ao Consulado tirarei mais fotos para voces.
Isto esta parecendo um "diario de bordo".

Agora vou assistir TV.. (e o controle remoto EH MEU!!!!!!! hehehe!).

Muitos beijos, e ate!


®Mary Fioratti

Algumas fotos de Chicago que tirei hoje, e uma musica que amo do John Denver.





20 janeiro 2007



VOU VIAJAR




Bom, depois desse titulo, vocês vão pensar: "Vai para o Caribe, Bermudas, Europa?

Não. Vou para Chicago de Megabus. (risos).

Amanha cedinho, 7:30 da manha, sairei daqui. Chegarei em Chicago as 12:30. Volto na Segunda-feira, as 3:00 da tarde.
Vou no Consulado Brasileiro buscar um documento. Uma procuração que precisamos renovar de tempo em tempo...
Fomos em Chicago uma vez a passeio, porem não vi nada, passei o tempo todo entrando e saindo de Lojas, acompanhando minha filha.
Na verdade, perdi o entusiasmo de ir em Shopping (nossa, isso em mulher e caso gravíssimo!).

O que mais gosto na verdade e de ficar em Hotel. Não ha coisa mais gostosa do que entrar num quarto e ficar um pouco em solidão. Aquelas camas gostosas (quase todo mundo sente falta do travesseiro, ou da cama de casa, eu não!).
Adoro deitar e ficar assistindo TV. Depois sair sem rumo, para andar pelas ruas, conhecendo lugares.
O Megabus e um ônibus novo que apareceu agora em Cincinnati. Ai vai a foto dele:



O preço da passagem e $45.00 ida e volta. Só que ele não tem uma Estacão própria. Para na rua, igual ônibus de cidade.

Eu já estou me vendo perdida em Chicago (risos). O Roque fez um mapa para mim cheio de setinhas (igual você faz quando me explica as coisas, Zé Carlos).
O meu problema MAIOR e achar os pontos Cardeais. Nunca encontro o Norte ou Sul....muito menos o Leste e Oeste ...
Dizem que e coisa de mulher, sera?

Esta vai ser a primeira viagem que vou levar meu laptop e de lá dou noticias. Estou levando minha câmara fotográfica, e vamos ver se vou conseguir carregar as fotos para vocês. Estou ainda apanhando com esse baixinho aqui, mas chego la...

Um beijo e ate mais!


Mary Fioratti



EU SEI MEU AMOR, EU SEI



Eu sei meu amor, eu sei
sei tantas coisas que não lhe falo
e intuo tanto silêncios...
quisera que um dia você soubesse
tudo aquilo que eu sei
mesmo sem pronunciar palavras
Quando você chega, pressinto seu humor
sei tudo aquilo que seus olhos carregam
enxergo nas suas íris, como um filme
suas angustias e todos os seus medos
e no meio desta imensa amargura
delineio seus arremedos de ternura
Eu sei meu amor, eu sei
as vezes tudo e tão difícil, tão complicado
seguimos assim a nossa vida
costurando nossos sonhos, sonhando com o futuro
e o presente esta passando tão depressa
que não nos dá tempo de raciocinar
esses ciúmes bobos, essas tempestades
esse prestar atenção em fatos sem importância
quanto ha tantas coisas no que pensar
Eu sei meu amor, mas sabe
quando depois de tudo você me abraça
encosto a cabeça no seu peito
e você afaga meus cabelos com suavidade
quando encosto meus lábios em sua pele
no aconchego dos seus pêlos tudo eu esqueço
aquele momento para mim é quase sagrado
ergo o meu rosto devagarinho
e fico a olhar sua expressão meio distante
entregue aos seus pensamentos
adivinho-o pelo movimento de seus olhos
ou pela contração dos músculos em sua face
Nesse momento a comunhão silenciosa
de nossos pensamentos mais secretos
revela-me mais, muito mais
do que todas as historias da sua infância
ou daquelas suas velhas dores
Eu sei meu amor, eu sei...não precisa explicar
esta tudo explicado nas suas mãos que me afagam
e que docemente passeiam pelas minhas costas
essas mãos que desabotoam meu vestido
e de olhos fechados abrem meus botoes
despertando todos os meus sentidos
Nesse momento ha tantas coisas que nao lhe falo
quando no silencio de nossos olhares
e no dueto mimico de nossos gestos
fecho os olhos suavemente e me calo

®Mary Fioratti


18 janeiro 2007


ACOSTUMANDO COM A TECNOLOGIA



Quando sai do Brasil, trabalhava na Brystol Myers Squibb. Foi em 1990, e naquele tempo estava surgindo o computador nas Companhias.
Ainda trabalhavamos com as maquinas eletricas "Remington" com fita corretora.
(Caramba, escrevendo essa frase acabei de me sentir "decrepita").



Quando vim para os EUA, compramos um computador Compac, mas até entao nao havia internet. Lembro que eu datilografava minhas cartas para minha familia, e imprimia.

Em 1998, colocamos Internet nele. Nossa, para mim foi a "descoberta do século". Eu adorava navegar. Conheci aquela turminha do Lycos (chat) que acabamos nos encontrando em Pittsburgh, Pennsylvania. Foi um tempo muito divertido.

Em 2001 ganhei um computador novo no Dia das Maes. E assim, fiquei com ele até este Natal.

Nos ultimos tempos, o bichinho congelava, eu nao podia estar em duas paginas ao mesmo tempo, para fazer esse blog era um sacrificio.
Procurava a foto primeiro, depois tinha que sair de um site, para entrar em outro. Nao podia fazer simultaneamente.

Agora no Natal ganhei do Roque (meu marido) um laptop. Na verdade eu queria um desktop, mas ele me convenceu a aceitar a ideia do mais moderno.
Eu estava tao confortavel com meu computador velhinho.
E agora estou adorando a nova experiencia. No comeco "apanhei" um pouco no teclado que reto.
Ganhei um mouse, porque com o dedinho prá cima pra baixo nao dá...
A minha primeira experiencia em usa-lo foi quando fui para Kent, Ohio, conhecer a Universidade que a Patti passou.

E alem de tudo o Roque esta me dando aulas de Excel e Power Point.
Sei os dois,mas nao a parte mais avancada. Ele quer me ensinar os graficos (que detesto!).

Estou gostando da experiencia. Afinal, como ele diz, estou deixando de ser "coloninha".

Agora o meu velhinho, ficou para o Roque. Ele disse que ficou mais rapido, so para competir com esse.
Ele adora ler todos os jornais possiveis imaginaveis do Brasil e EUA.

De vez em quando volto no "velhinho" para fazer algumas coisas. E matar as saudades.



®Mary Fioratti

17 janeiro 2007



RAIO DE SOL (Poetrix)



Voce é o raio de sol
que arde o meu corpo
e aquece a minha alma


®Mary Fioratti





16 janeiro 2007

SEMENTES



QUANDO SENTIMOS O CORAÇÃO EM NOSSAS MÃOS




(Corrigi o texto, pois repeti duas vezes algumas partes....).

Muitas vezes nos sentimos com nosso coração na mão. Esse órgão que e a parte mais importante do nosso corpo, de repente parece extremamente frágil quando as emoções tomam conta dele de uma forma absoluta.

Estou em uma fase extremamente emocional de minha vida. Acho que quem tem um filho, pode entender...a transição da "criança" para uma "crianca-adulta", uns dias mostrando os olhos de 4 anos de idade....outros dias olhando para você como se tivesse 30 anos.

Como e enternecedor esse olhar de 4 anos...como ele e cheio de carinho, de amor puro, de afeição, de sinceridade, de apelo, de carência.
Como e frio e objetivo, direto e sem sentimentos, o olhar dos 30 anos.

Conviver com essa mutação dia a dia, nos deixa extremamente frágeis. Vemos a criança, vemos a mulher. Um corpo de mulher, com uma cabeça de criança.
Dói, machuca, fere.

Depois o olhar do ódio. Aquele olhar que você nunca viu antes, e de repente se depara e se assusta com ele. E hoje uma grande amiga me falou algo muito importante: "ela não esta devolvendo o olhar de ódio que você da?"
Sim. Esta.
Como eu, frágil em meu mundo, ela esta frágil no seu.
Difícil juntar as forcas. Muito difícil o entendimento total e absoluto das carências.

As nossas preocupações se duplicam. As deles, desaparecem. O mundo somente se foca no AMOR, no que sentem. No que estão vivendo no momento. Nos estamos muito alem do momento. Já enxergamos lá na frente, já visualizamos tantas etapas.

Um dia desses eu me peguei pensando, em mim, quando era adolescente. Naquele tempo tudo era tão limitado. Tivemos uma educação tão rígida, tão cheia de "especificações". Ainda me lembro eu com 20 anos, namorando no portão e a luz da varanda apagando e acendendo. Dez horas. A Cinderella tinha que entrar.
E o namorado: "A luz da varanda esta com defeito?" "Não, e meu pai avisando a hora de entrar".
O beijo escondido. Os amassos (sem culpa), mas tão proibidos.

Quando eu tinha 21 anos, com meu namorado no carro, estavamos nos beijando e ele comecou a enfiar a mao em baixo do meu vestido tocando minhas pernas e eu não deixei (e quanta vontade!). De repente ele abriu o porta-luvas de seu cimca amarelo e tirou um cigarro. E eu perguntei: "Você fuma??" E ele respondeu: "Quando não tenho nada melhor para fazer" Risos.

Pois e. Imaginem ...21 anos.
E hoje eu enfrentando o namoro de minha filha de 17 anos. Parece que o mundo vai acabar. Ela quer aproveitar todos os minutos do dia.
E então os valores vem tão fortes, e nos perguntamos: "O que e certo?" "O que e errado?".
De repente nos sentimos totalmente perdidos nas decisões, entre o "ser moderno", e "ser imoral". "Ser permissivo", e ser "inconseqüente".

Falo, desfalo. Fixo horários, desmancho-os. Proíbo, permito.
Tudo isso sabendo o quanto errado esta não ser persistente no que se diz.

E vemos que nosso coração esta na mão. Frágil, pulsante, indeciso, cheio de sentimentos.
Em cinco meses ela estará fora de casa. Ira ficar em uma Faculdade, não teremos mais o stress do dia a dia.

Os dias passam tão corridos.
A vida e tão curta.

E o coração permanece em nossas mãos...pulsante, querendo voltar para o aconchego do peito. Frágil. Delicado. Cheio de duvidas.
Totalmente indefeso.

®Mary Fioratti

14 janeiro 2007




SOLIDÃO




Preciso daquela solidão necessária
De estar comigo mesma
E sentir minha própria essência
Sem interferências
Sem carências
Sem nenhuma dor…
Preciso daquele colo de mãe
Deitar a cabeça, deixar ser acariciada
Sentir o amor em todos os gestos
Não cobrar carinhos
Não desviar de caminhos
Pelos quais tenho que inevitavelmente passar
Mergulhar dentro de minhas saudades
Cheirar velhos perfumes
Lembrar dos meus sonhos e velhos costumes
Até a minha alma se embriagar
Preciso resgatar a minha essência
Aquele perfume antigo e colorido
Tirar do guarda-roupa o velho vestido
E comemorar a minha volta
Mostrando toda a minha saudade
Comprar na esquina meu licor de solidão
Para dele extrair a cada gole
A minha felicidade

®Mary Fioratti

13 janeiro 2007




PINGOS DE CHUVA




Pingos de chuva
que respingam na janela
e que fazem meus olhos
perderem-se distantes...
Em cada gota
um pensamento que se esvai
deslizando no vidro embaçado
dissolvendo-se em um nada...
Uma doce melancolia
que chama em voz alta
pela minha poesia
Reflexão obrigatória
viagem absoluta e dolorida
Pingos de chuva
frios e gélidos
batem na minha janela
dedilham uma musica
que lembra-me a infância
Eu...dentro de casa
fazendo carimbos com batatas
e ainda sinto o cheiro
daquele livro na estante
"40 brinquedos para um dia de Chuva"
Como eu adorava aquelas paginas
cheias de desenhos coloridos!
Pingos de chuva
trazem simultaneamente
meu passado e meu presente
misturando-os em concepção
Um trem ao longe apita
e aquela velha sensação de perda
de alguém que se foi
e consigo visualizar
uma estacão qualquer, um aceno...
um partir...
e vem em mim uma saudade funda
que dói dentro da alma
e que não a sei definir...
Os pingos de chuva
nessa manhã tão quieta e fria
deitam-me suave no colo da realidade
arrancando-me por alguns momentos
da minha tão precisada
fantasia...


®Mary Fioratti

10 janeiro 2007



A MEIA LUZ




Ah! esse seu olhar
por entre as cobertas
esses farois
que queimam os meus olhos
no escuro do quarto...
A paisagem de seus cabelos
no travesseiro
e suas maos assim largadas
vulneraveis ao toque
Ah esse seu olhar
que me faz pedidos mudos
olhando meu corpo meio descoberto
seu corpo que se move
languido e pedinte
de encontro ao meu
Ah! esse seu toque
tao familiar, e tao desconhecido
que causa arrepios constantes
em minha pele nua
que procura em meus sentidos
os prazeres nao ditos
que adivinha meus pedidos
insinuando em meu ouvido
sua lingua morna...
Ah! esse seu cheiro
de sabonete depois do banho
sua boca com o gosto perfeito
suas pernas que se encaixam
tao perfeitamente
nas minhas...
Ah! esse momento
meio real, meio etereo
quando beijamos nossas bocas
de olhos abertos
mostrando nas pupilas
o desejo escancarado
Ah! essa metade meio menino
meio carente
fragil e agressivo
quando me seduz
esmaga-me em seus bracos
enchendo-me de desejos
a meia luz

®Mary Fioratti

09 janeiro 2007



UM QUADRO




®Mareluz


Arrumo a minha casa.
E finalizo, pregando um quadro
na parede vazia.
Olho de perto, de longe
analiso todos os detalhes
com perfeccionismo.
Ainda não estou satisfeita.
Mas, na paisagem limitada
pela moldura da razão
vem correndo o coração
ser o fiel da balança.

Assim mesmo, preocupo-me
com o efeito...
E, se não agradar à visita,
o que fazer?
Se estas águas que vejo se moverem,
aos seus olhos forem águas paradas?
Se esta emocionada tela
que minha vida revela
lhe parecer natureza-morta?
Se, o perfume que se desprende
seu olfato não sentir?

Percebo então, que arrumo minha casa
para agradar aos olhos do viajante...
aquele que passará aqui por um instante
carregando outras paisagens na mente.
E, quando partir, deixará tudo para trás...
sem saber de meu ridículo desvelo...
daqueles cuidadosos gestos planejados
para mostrar-lhe um pouco de minha alma.




Esta poesia é da minha irma Maria Lucia (Mareluz).
Achei linda, por isso a postei! Espero que voces gostem.
Uma poesia expressiva, que me tocou o coracao.
Endereco de seu Blog:

  • BLOG VERSOS LIVRES


  • 05 janeiro 2007



    SONHOS




    Quero hoje sonhar colorido
    a boca entreaberta
    suspirante
    vestida de desejo
    madura
    vermelha
    ardente
    sem palavras
    com suspiros

    O olhar cerrado
    a boca molhada
    macia
    perfumada
    imprevisivel
    percorrendo
    abrindo-se
    insinuando-se
    manchando a pele
    deixando marcas
    vermelhas e profanas



    Quero depois o sonho
    em branco e preto
    repartir um vinho
    na penumbra
    olhando as cortinas
    esvoacantes...
    quero o beijo
    com gosto de vinho
    o delirio sem vinculo
    boca meio anestesiada
    o riso cristalino
    o olhar maduro
    sem um futuro
    sem nada...




    ®Mary Fioratti

    03 janeiro 2007




    BASTA TAO POUCO PARA SER FELIZ!




    Acordei hoje cedo, como todos os dias. Cinco e meia comeca meu dia, entre café da manha, lanches preparados para o "pessoalzinho" aqui, lavar uma loucinha, arrumar uma cama, dobrar umas roupas...

    Antes de comecar essa minha conversa com voces, sentei aqui para tirar uma foto. Esse ursinho polar ganhei de meu amigo Bob, amigos desde 1998. O que aconteceu com ele foi um milagre. Recuperou-se do alcoolismo, totalmente. E eu me sinto grande parte disso, e foi o que mais nos ligou como amigos.

    Meu firme proposito de Ano Novo: ir a Academia e fazer muita ginastica.
    Tenho ficado uma hora de manha e uma a noite.
    Nesse momento nao posso nem rir (rs). Doi tudo. Até os "cilios". Mas como é maravilhoso esse sentimento de "relaxamento" no corpo, e o stress bem longe.

    O tempo passa e percebo quao importante é o exercicio para nosso corpo.
    Sinto-me tao disposta, e tambem muito menos estressada com tudo.

    No Ano Novo fizemos uma "ceia vegetariana", que ai vai para voces verem:


    ABOBRINHA RECHEADA COM CARNE DE SOJA, COM MOLHO DE MUSSARELLA



    ARROZ TEMPERADO COM CALDO DE LEGUMES



    COUVE-FLOR AO MOLHO BRANCO COM QUEIJO PARMESAO - RECEITA DA MINHA MAMMA


    REPOLHO REFOGADO COM TOMATE E OREGANO

    E de sobremesa um delicioso bolo de chocolate, porque afinal, a gente nao é de ferro, ne?

    Agora vou para a ginastica, e desejo a voces um maravilhoso dia, que tudo possa ser perfeito e maravilhoso. Entro no meu trabalho as 9:00, e ainda terei tempo de cuidar de mim.
    A cada dia a vida é um presente! .


    Mary Fioratti



    02 janeiro 2007



    R E N D A S



    Queria que voce ousasse
    descobrir o exato exalar de meu perfume
    com a umidade de sua boca
    grudar suas maos nas minhas
    olhar-me nos olhos
    sorrir com desejo
    despir-me ao som de sua respiracao
    gaguejar nas palavras
    tropecar no meu coracao...
    Queria que voce me beijasse
    e parasse para dizer bobagens no meu ouvido
    enquanto sua lingua agressiva
    procuraria dentro de minha boca
    o ceu dos meus sentidos
    Queria que voce tocasse minhas rendas
    tentando entender suas texturas
    com delicadeza e com ternura
    alternando seus movimentos
    com suavidade...e extase...
    como se estivesse descobrindo
    o miolo de uma flor
    tocando minhas acetinadas petalas
    percebendo-as com a ponta dos seus dedos
    deixando-as desabrochar
    na terra fecunda do seu amor...

    ®Mary Fioratti


    01 janeiro 2007




    ANO NOVO






    Um sorriso...


    Sentir Deus em todos os lugares


    Abracos infindaveis


    Ternura em todos os atos


    Quantas coisas pensamos em melhorar. Quantos projetos fazemos em apenas uma noite...
    Quero neste Ano que se inicia: calar mais, ouvir mais, julgar menos, entender mais,
    nao perguntar tanto, sentir muito, mas... muito mais!

    FELIZ ANO NOVO!


    Mary Fioratti