27 junho 2017


SEMPRE QUERO GUARDAR NO ROSTO UM SORRISO





Desde que me conheco por gente, eu sorrio. Nao sei porque, mas me sinto melhor mesmo nas horas dificeis da minha vida, estar sorrindo.
Penso que o sorriso impacta quem o ve. Muda. Transcende.
Quando olhamos no espelho e sorrimos, sentimos aquela auto-confianca. O sorriso transforma, emoldura, aquece, alegra.

Ultimamente estava perdida em uma grande caixa de fotografias dos anos passados, quando minha filha era pequenininha, quando moravamos em Detroit.

Ou mesmo algumas do Brasil. Em todas, sem exceção, eu estou sorrindo. Nao existe uma so fotografia em que eu esteja séria.

E pensei que isso reflete mesmo meu "estilo de ser", quero sempre que as pessoas tenham minha imagem como uma pessoa alegre, que passa alegria.

Uma coisa que gosto aqui nos EUA, eh que as pessoas embora sejam mais fechadas que as brasileiras, elas sorriem muito para voce na rua. Aprendi aqui
a cruzar com uma pessoa, e sorrir.

Acho que ja contei para voces, mas ha muito tempo atras, eu sai do supermercado e aquele dia eu estava tao triste, com um problema na minha

cabeça (que nem me lembro qual) e cruzei com um homem no estacionamento. Ele me deu um largo sorriso, mas aquele sorriso eu senti que veio de seu coração.

Nao era um sorriso de intençoes, senti naquele momento que o homem captou minha tristeza, e quis me dar um sorriso de alegria. Aquele sorriso aqueceu-me naquele momento.

Uma vez li um pensamento que dizia: "O sorriso é a vitrine da alma, que mostra que o coração  esta em casa". Nao lembro do autor, mas achei lindo.

MEU SORRISO

Quando sorrio
transporto minha alma
para o meu rosto
e vem junto com ela
meu coração
quero sorrir sempre
um sorriso eterno
esculpido, moldado
mas natural, nao forçado
quero sorrir
nos momentos mais difíceis
como estivesse levando
uma bandeira colorida
de força, fé, e coragem
que meu sorriso possa sempre
mostrar afeição
tecer um abraço imaginário
aquecendo um coração

®Mary Fioratti

24 junho 2017

 
(clique na foto para aumenta-la)
 
 
QUANDO A VIDA MUDA  
 

Outro dia estava olhando este blog e pensando quantas coisas aconteceram desde a ultima vez que estive aqui.
Sempre gostei de escrever, e o fazia em meu tempo disponivel, e sinto falta disso.
O ano passado, depois de muito pensar, resolvi me aposentar. Meu marido e eu tinhamos planos, e fomos pensando com o tempo, qual seria a hora certa.
Percebemos que nao existe "a hora certa". O que a gente tem que fazer eh planejar, e levar em frente.
Com o tempo tudo vai se acomodando de uma forma meio magica.
Entao constatamos que a vida eh feita de ciclos, e que eles vao acontecendo de uma forma natural.

Jamais me imaginei sem trabalhar. Comecei com 17 anos e de la nunca mais parei.
Percebi que o que mais achei falta no inicio, foi a parte social. Aquela rotina de me arrumar de manha, pegar meu carro, meu café, era algo que fazia parte de mim.
Depois chegar na Companhia, encontrar rostos queridos, e me distrair fazendo tudo que eu gostava, e ocupar minha cabeca com meu trabalho.

Acho que a diferenca quando a gente nao trabalha mais, eh que o tempo para pensar, aumenta. E sem querer comecamos a pensar nos problemas, e em tudo aquilo que antes tinhamos pouco tempo para pensar.
Mas, eh tudo questao de costume. O que temos que fazer eh mudar o curso dos pensamentos. Procurar coisas que gostamos. E foi o que fiz.

Primeiro, meus exercicios. Eles sao parte muito importante da minha rotina e do meu dia. Gosto muito de andar, e comecei tambem a aprender "Line Dancing" que aqui nos EUA eh muito famoso. E uma delicia!
Antes eu fazia zumba, mas aquilo parecia nao me divertir mais. Percebi que com o tempo fui mudando, sem perceber. Primeiro eu fiz jazzercise, depois zumba, passei para ginastica com um treinador, depois comecei a andar sozinha e marcar meus km. Em seguida comecei a pensar no Line Dancing, que eh o que hoje mais me diverte.

Comecei a ter prazer em ver minha casa arrumada, a roupa lavada, a comida caprichada. Percebi que eu saia sem correr, ficava na fila com paciencia, conversava com todo mundo.

Mas ainda estava faltando algo, aqui dentro, spiritual mesmo. Lembrei-me entao que no ano de 2008 eu fazia servico voluntario em um Asilo, aqui chamado "Retirement Home". Fui la no dia seguinte, e comecei a trabalhar na semana seguinte.
Eu iria ajudar a servir almoco. E la estou desde Fevereiro deste ano. Como adoro fazer isso! Como eh importante agradar aqueles velhinhos, conversar com eles, e entrar um pouco nesse mundo. Um mundo que me sinto util, e que posso dar muito amor.

Entao passarei a escrever agora as minhas experiencias. A repartir um pouco de tudo isso que estou vivendo.

Aqui deixo para voces uma poesia que fiz:




















AQUELE VELHO

aquele velho
de olhar perdido
trouxe-me lembrancas
de meu pai
dificuldade de andar
rosto de expressao indefinida
nao sabia se era de pura anestesia
ou cansaco de vida

aquele velho
andava com dificuldade
seus ombros estavam abaixados
sua cabeca branca
andava lentamente com cuidado
a bengala tateando o caminho
naquele momento percebi o quanto
aquele velho sentia-se sozinho

nao sabia se era minha imaginacao
ou se apenas eu via aquilo
que sentia em meu coracao
Mas aquele velho mexeu
nas profundezas de minha alma
enxerguei nele meu pai
e por que nao pensar...
que me vi em seu lugar?

essa solidao tao unica
que nao ha remedio que a cure
essa procura incessante
esse constatar agoniante
Nao sei porque
aquele velho trouxe-me sentimentos
adormecidos e desconhecidos
naquele momento


Mary Fioratti

Nota: Peco desculpas pela falta de acentuacao.


.