29 agosto 2011








UM PS



Quero responder nesse pequeno post todos os emails que recebi com referencia ao meu Blog.
Nao sei se vou mante-lo. Por isso o fechei temporariamente.
Mas a pedidos, vou deixa-lo aberto com tudo que ja postei.

Beijos carinhosos e muito obrigada por todos pelo carinho.



Mary Fioratti

20 agosto 2011



(clique nas fotos para amplia-las)

A MENINA QUE MORA EM MIM


Com passar do tempo, sinto que ando querendo tudo meu com mais qualidade.
Desde o levantar, ate escovar os dentes, lavar meu rosto, e descer para fazer meu café.
Sorrio para o espelho, independente do rosto que vejo. Já passei daquele tempo em que eu dizia para mim mesma: "Nossa, vc esta feinha hoje"... rs

De hoje em dia eu estou sempre linda. Isso porque Deus, na sua Sapiência, nos tira um pouco a visão, para esses detalhezinhos. Então tudo que vejo é meu sorriso.
Desço para preparar meu café, mas antes, eu paro na janela de vidro da sala que da para o Lago. Tudo sem pressa. Faço uma prece rápida, e agradeço a Deus pelo meu dia.
Faço então meu Café Caboclo (eta cafezinho bão!) e fico a esperar o Roque descer para tomarmos café juntos. Esse momento para mim sempre e especial e importante. Ver que estamos repartindo mais uma vez um café da manha.

Sei que essas palavras parecem tão comuns, e tão rotineiras, não é mesmo? Um acordar de mais um dia, um café da manha...mas para mim é de extrema importância.
Vou nos meus passos sem pressa, preparo nossos lanches para o almoço. Vou então ver meus emails.
E quando o Roque sai, subo para arrumar. E essa arrumação todo dia demora muito. Porque sou vaidosa. Porque sempre fui vaidosa. E gosto de me arrumar, de me sentir bem numa roupa. Lavo o cabelo todo dia (reclamação constante do Roque pelo barulho do secador de cabelo), fico a procura do meu perfume. Da blusa que combina com a calca tal... da sandália, das bijuterias.
Sim, sou mulher. E não abro mão disso.

Pego meu carro e saio. Lenta. Já não tenho aquela pressa de antes, querendo engolir as avenidas. Não! Saio mais cedo. Algumas vezes faço o caminho mais comprido. Quando paro num posto de Gasolina conhecido, vou comprar café Então ouço: "Oi Maria, bom dia!" Aquele mesmo homem, com o sorriso estampado no rosto. Atende os fregueses com uma alegria, como se todos os dias fossem os mesmos. E são!

Sem pressa sorvo um gole do meu café pretinho... e sento um pouco em meu carro para ouvir um CD do Hélio Ribeiro. Lembram desse programa? Eu me emociono tanto ouvindo-o falar, pensar que ele não esta mais aqui, mas um disco gravou sua voz. Então ele começa a traduzir a musica "My Way" do Frank Sinatra. Depois, começa a dar aqueles conselhos tão positivos, e na minha cabeça volta aquele tempo de São Paulo. Avenida Paulista. E a moca do karmanguia vermelho (lembram?). Aquela moca que ele sempre se referia a ela, como se a visse no caminho todos os dias.
Que tempo delicioso! Quanta saudade!



Entre um gole e outro do café, caio na realidade do meu dia. Ainda faltam quinze minutos. Então dirijo lentamente para o meu trabalho.
Lá eu encontro os rostos tão conhecidos, cada um com sua personalidade, seu jeito, cada um enriquece meu dia de alguma forma. Um comentário, um riso, uma piada, uma informação Chego na minha mesa...e ali vai começar minha rotina... essa rotina que amo e não troco por nada desse mundo!

De repente alguem me faz rir...




Eu amo minha vida.
Amo o que represento para cada uma das pessoas que me relaciono diariamente. Como e interessante ver como as pessoas nos vêem.

Amo meus amigos!



Eu não era assim, com tanta sede de viver como agora.
Por mais positiva que fosse, por mais alegre (e isso eu sempre fui), eu mudei. Mas mudei para melhor.
Valorizo cada pequeno instante de minha vida. E agradeço.

Ontem, lembro que estava chegando em casa, e balançando meu chaveiro, fiquei a procurar a chave de casa. E a simples visão da minha chave prateada, da fechadura da porta da minha casa, me deu aquela sensação de segurança e felicidade. Parei por uns instantes olhando aquela chave. E antes de abrir a porta olhei para o lago. E para as plantas. E para o céu E agradeci.
Adoro cuidar do meu jardim!



Minha casa, meu lugar tão querido e seguro, e aquela chave tem o poder de me fazer entrar no meu paraíso Sorri para mim mesma.



Meu paraíso particular, onde na entrada já tiro meus sapatos.
Olho para minhas plantas em cascata caindo na parede da sala. Tudo tão meu, tudo tão nosso.



Envelheci. E de uma forma muito pitoresca.

Já estive nas portas de uma cirurgia plástica. Já estava tudo marcado, e no penúltimo dia eu desisti. De repente descobri que não queria mais mudar. Tudo que eu queria era continuar sendo eu mesma. A olhar no espelho com a deficiência de meus olhos, pelo tempo, e me ver assim, perfeita.
Porque a verdade é que a perfeição esta no sentir. A beleza esta no mover-se, no sorrir, no dar-se.
Acho que odiaria ver meu rosto puxado ou mudado. O medo da perda da minha identidade.

Hoje sou mais feliz. Na aceitação nas marcas de meu rosto, da perda daquele viço da juventude. Ainda me visto como jovem, e procuro roupas nas lojas de adolescentes. Mas acho que o que visto, reflete essa menina que sempre vai morar em mim.


Mary Fioratti


17 agosto 2011



CONHECE-SE O AMOR VERDADEIRO...


conhece-se o amor verdadeiro
pelas palavras não ditas mas subentendidas
maravilhosamente sentidas no dia a dia
quando a rotina desafia-nos
algumas vezes tirando-nos do trilho

vem de repente aquela lufada de amor
nos olhares sempre compreensivos
nos risos abafados, os abraços espontâneos
nos pequenos detalhes na decoração da casa
nos lençóis macios, prece murmurada, no beijo de boa noite

conhece-se o amor verdadeiro
quando a confiança instala-se permanente
não há rompantes de duvidas
mas a certeza interiorizada em cada gesto
em uma constante procura da felicidade

o sentimento do amor é totalmente demonstrado
na comida na mesa, no carinho do preparo
nas taças de vinho, no brinde, na degustação
na sobremesa sentados em frente do nosso lago
nos olhares carinhosos e serenos, cheios de certezas

conhece-se o amor verdadeiro
quando ele nos acompanha onde estamos
e mesmo quando não estamos juntos em certos momentos
caracteriza-se como um cobertor morno
que cobre a nossa alma reavivando sentimentos


Mary Fioratti

12 agosto 2011



ESSE BEIJO ESMAGADO



esse beijo esmagado
sua boca, minha boca
a respiração entrecortada
os olhos em pleno mergulho
na calada da noite
quando a penumbra de nosso quarto
desenha nossos vultos
e emoldura seu rosto
em um porta-retrato eterno

esse beijo esmagado
saliva quente
doçura do cheiro conhecido
desperta meus sentidos
acorda meus poros
arrepia-me inteira
e passa-me aquela sensação
de desejo acordado
insonia tão desejada

e então você sorri
um sorriso maroto
quando seus braços enlaçam
meu corpo morno
dizendo-me palavras no ouvido
e com meus olhos fechados
seus gestos eu prevejo
e suas mãos correm aveludadas
em meu corpo nu

esse beijo esmagado
sentido, apaixonado
carregado de emoção
onde o amor mora e permanece
beijo vadio, licoroso
macio, terno e gostoso
que obedece todos meus pedidos
esse beijo perfeito em sintonia
na melodia dos nossos sentidos


Mary Fioratti


01 agosto 2011



SIAMESAS



esses seus olhos
que acompanham-me em todas as jornadas
e nao perdem um so movimento
que eu faça
com um cuidado infinito

essas suas mãos
que estendem-se tão solicitas
e me circundam, e me protegem
passam unguento em minhas feridas
e ternas... acariciam-me

essa sua voz tao cadenciada
que acalma-me nos momentos de angustia
que canta-me a calma
que embala-me no sono
e cala-se quando eu preciso

e na multidão
quando milhares de pessoas me circundam
eu ainda vejo os seus olhos
entre os pequenos espaços disponiveis
a tomar conta de meus passos

voce é a minha sombra
o meu amor mais sincero e declarado
o meu cuidado a todo momento
e nas manhãs quando te beijo e voce segue
nossas almas partem-se em seus destinos

(mas como siamesas
ligam-se com um fio imaginario
de puras certezas)



Mary Fioratti