25 setembro 2008



O MARKETING DA ALMA É FEITO COM NOSSO CORAÇÃO




Vou comecar aqui colocando um texto que circula pelo internet e voces ja devem ter lido. Esse texto me fez pensar muito. Nao achei o autor. Se alguem souber, por favor, me diga, e eu faco questao de colocar aqui.




*GESTÃO DO FÓSFORO*

'Um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal: Estes quatro elementos fazem parte de uma das melhores histórias sobre atendimento que conhecemos.
Um homem estava dirigindo há horas e, cansado da estrada, resolveu procurar um hotel ou uma pousada para descansar. Em poucos minutos, avistou um letreiro luminoso com o nome: Hotel Venetia.

Quando chegou à recepção, o hall do hotel estava iluminado com luz suave.
Atrás do balcão, uma moça de rosto alegre o saudou amavelmente:
'-Bem-vindo ao Venetia!'
Três minutos após essa saudação, o hóspede já se encontrava confortavelmente instalado no seu quarto e impressionado com os procedimentos: tudo muito rápido e prático.
No quarto, uma discreta opulência: uma cama, impecavelmente limpa, uma lareira, um fósforo apropriado em posição perfeitamente alinhada sobre a lareira, para ser riscado. Era demais! Aquele homem que queria um quarto apenas para passar a noite começou a pensar que estava com sorte.
Mudou de roupa para o jantar (a moça da recepção fizera o pedido no momento do registro). A refeição foi tão deliciosa, como tudo o que tinha experimentado, naquele local, até então. Assinou a conta e retornou para quarto.
Fazia frio e ele estava ansioso pelo fogo da lareira. Qual não foi a sua surpresa! Alguém havia se antecipado a ele, pois havia um lindo fogo crepitante na lareira. A cama estava preparada, os travesseiros arrumados e uma bala de menta sobre cada um... Que noite agradável aquela!
Na manhã seguinte, o hóspede acordou com um estranho borbulhar, vindo do banheiro. Saiu da cama para investigar. Simplesmente uma cafeteira ligada por um timer automático, estava preparando o seu café e, junto um cartão que dizia: 'Sua marca predileta de café. Bom apetite!'
Era mesmo! Como eles podiam saber desse detalhe?
De repente, lembrou-se: no jantar perguntaram qual a sua marca preferida de café.
Em seguida, ele ouve um leve toque na porta. Ao abrir, havia um jornal.
'Mas, como pode?! É o meu jornal! Como eles adivinharam?'
Mais uma vez lembrou-se de quando se registrou: a recepcionista havia perguntado qual jornal ele preferia.
O cliente deixou o hotel encantando. Feliz pela sorte de ter ficado num lugar tão acolhedor.

Mas, o que esse hotel fizera mesmo de especial? **Apenas ofereceram um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal. **
Nunca se falou tanto na relação empresa-cliente como nos dias de hoje. Milhões são gastos em planos mirabolantes de marketing e, no entanto, o cliente está cada vez mais insatisfeito mais desconfiado. Mudamos o layout das lojas, pintamos as prateleiras, trocamos as embalagens, mas esquecemo-nos das pessoas. O valor das pequenas coisas conta, e muito. A valorização do relacionamento com o cliente. Fazer com que ele perceba que é um parceiro importante!!!

Lembrando que:
**Esta mensagem vale também para nossas relações pessoais (namoro, amizade, família, casamento) enfim pensar no outro como ser humano é sempre uma satisfação para quem doa e para quem recebe.
**Seremos muito mais felizes, pois a verdadeira felicidade está nos gestos mais simples de nosso dia-a-dia que na maioria das vezes passam despercebidos. ' **



É interessante ver como esses pequenos detalhes cativaram a pessoa que foi nesse Hotel. Assim como nós, quando vamos em lugares que existem essas pequenas atenções, sentimos que estamos sendo valorizados como “pessoa”.
Ai esta a estratégia: a valorização do ser humano.

Passamos por tantas experiencias todos os dias, e muitas vezes não as percebemos. Elas são muitas vezes tão automáticas que passam por nos sem ativar nosso pensamento. E sem provocar aquele desejo de um gesto que pode realmente “fazer a diferenca”.

Existem algumas coisas que eu inseri no meu dia a dia, e faço isso como um “trabalho de casa”, “um homework” vamos por assim dizer.
Eu me proponho a todos os dias, agradar uma pessoa. Ou prestar atençãoem qualquer outra pessoa. Ou ouvi-la. Ou aborda-la com uma pergunta.
E é tão interessante notar quanta coisa aprendemos com essa abordagem. Não somente fazemos algo por alguém, mas recebemos de volta com uma intensidade muito grande. Quantas pessoas estao a espera de um contato, de uma pergunta, de algo inesperado?
Como uma sementinha que plantassemos...


Trabalhei em uma Cia aqui em Cincinnati durante 10 anos. Toda as sextas-feiras eu fazia um pão de queijo recheado com presunto. Começou assim inocentemente, e depois se tornou uma coisa que me agradava muito. Eu chegava de manhã com dois Pães, enormes,
(e custava tão pouco tempo em faze-los...), e via o olhar de alegria e satisfação dos eletricistas quando vinham na cozinha para comer um pedaço. Ou quando eu separava um pedaço para quem ainda não tinha chegado. E levava um para o Gerente do Almoxarifado, o Tom.

Aquilo para mim se tornou uma coisa que eu fazia com enorme prazer. E eu recebia tanto das pessoas em troca, conversas, troca de receitas, risos, piadas, era uma coisa que se tornou um habito que segui até o momento em que a empresa acabou. Como aqueles momentos de sexta-feira me enriqueceram!

Um costume que eu sempre tive: quando uma pessoa gostava de um colarzinho que eu estava usando, ou um anel, ou algo meu, eu sempre presenteava aquela pessoa em seu aniversario com aquilo. Era algo meu, mas que me dava imenso prazer em saber que eu estava presenteando alguém com algo que ela gostou, e que chegaria a ela com minhas vibrações. A vibração de amizade, de querer bem, que esteve comigo e tem um pouco de mim.

Então eu faço assim: olho para uma pessoa que esta carregando algo pesado, e pergunto se quer ajuda (principalmente velhos). Compro limonada das crianças que fazem banquinha na esquina. Fiz um acordo comigo mesma de ouvir pelo menos DUAS vezes por semana (o que realmente eh um sacrifício) as ligações que as pessoas fazem na casa da gente para vender. Sabem por que? Minha filha esta agora fazendo algo assim, e eu resolvi pensar nela... e pelo menos escutar, sem bater o telefone, e agradecer. Na verdade, eu penso que é o trabalho deles. Eu sei, isso é dificil mesmo!

Tudo isso, se pensarmos bem, é um “marketing de pessoas”.

Nesse artigo eu achei interessante uma coisa: fala-se tanto em marketing de produto...e no entanto, esquecemos que o mais importante é agradar as pessoas, para que elas cheguem no produto. Não eh assim? Não foi assim no caso desse Hotel? Pequenas coisas, muitas vezes quase inperceptiveis.

Não deveríamos agir assim com as pessoas? Fazer um marketing de sentimento? Especialmente para aquelas que não conhecemos. Com os amigos é tão fácil fazer marketing, não é mesmo? Amigos, a gente já gosta de graça! O difícil é fazer com aquelas pessoas que não conhecemos. Que não sabemos de onde vêem. Que não temos amizade. Que de uma forma ou outra, temos um preconceito interior. Sim, porque todos nos temos preconceitos e precisamos trabalhar neles. Nao concordam?

Quando cativamos pessoas, sempre recebemos algo em troca. Mesmo que a reação seja negativa, estamos aprendendo com essa reação.
Por exemplo: quando uma pessoa o trata mal, ou grita, ou se altera, se você tenta se manter na “realidade” daquele acontecimento, se separando daquele momento, e se colocando como um observador, (nao é facil!) você consegue não gritar, não se alterar, não agredir, e o que você percebe eh a pessoa desconcertada pelas suas próprias reações.
Gente, nao estou fazendo “vestibular para Santa”. Isso tudo e um treinamento diario! Um crescimento.

Um dia eu vinha de carro (já contei isso aqui, mas lembrei-me agora) e vi um velho descendo de um ônibus na esquina. Aqui, a coisa mais “rara” é ter ônibus... onde moro tem UM que faz o roteiro “cidade – e alguns bairros”, mas não eh como no Brasil, essa facilidade de um ônibus para cada lugar.
Vi que ele desceu e foi andando curvadinho, estava assim bem mal vestido, uma roupa batidinha. Vamos dizer assim: um mendigo brasileiro mais “tratado”... Eu passei por ele, e lá na frente virei o carro e pensei: “Vou perguntar se ele quer uma carona para algum lugar”. Dei a volta, parei o carro e perguntei onde ele ia. Ele disse que ia ao médico, que ficava a uns quarteirões dali. E eu abri a porta e disse: “Entra que eu levo o sr.”.. O homem entrou e fechou a porta, e de repente me deu um medo, mas fui em frente. A gente ouve tanta coisa... Bom, nem o cheiro do homem era agradável, e ele foi conversando dizendo que uma vez por mês ele ia nesse médico, e que o único ônibus que tinha era aquele, mas ele precisava andar muito. Então o levei ate o prédio. Ele desceu, agradeceu. Passou meu medo e eu fui embora com uma incrível sensação de alegria por ter ajudado alguém. Voces ja sentiram isso?

Isso são exemplos que aconteceram comigo, não estou querendo me engrandecer, e nem dizer que sou uma “grande alma”. Isso e um treinamento. E assim podemos procurar algo dentro de nos que nos torne melhores pessoas. Eu quero dizer que podemos fazer planos, assim como se fosse um “trabalho diário voluntário”, de fazer pequenos gestos que possam ajudar alguém e nos trazer felicidade, e alimentar nossa alma. E nos tornar menos egoistas.



Uma balinha, um café preferido, um fósforo na lareira, o jornal preferido... pensem bem, isso custa muito? Não custa não!
Tudo isso, transformando-se em alimento de alma.. um sorriso, um toque, um abraco, uma atenção, um ato misericordioso, um ato paciencioso.

As vezes olho para meu marido e vejo que sem ele perceber, ele exercita esse marketing. Ele tem uma paciência ilimitada com tudo e com todos. Em filas, em Supermercados, em Bancos. Na direção de seu carro. Na direção da nossa vida, na paciência comigo (que já é muita!).

Muitas vezes isso e uma coisa natural nas pessoas. Você já descobriu qual é o seu marketing em relação a vida?

O que precisamos é cada um de nós descobrir a nossa caixinha de fósforo. Para acender a lareira da nossa vida.



E para achá-la é preciso somente entender profundamente que o marketing da alma é feito pelo nosso coração.


Mary Fioratti

23 setembro 2008



PALAVRAS AO VENTO



Retiras tudo que me destes
mas retiras com maldade
com crueldade
como se eu tivesse feito algo
que o tivesse ferido muito
no entanto
meu coração semeou
nos cantos da tua existência
somente ternuras e sonhos
esperando pela colheita do amor



Pisas nos meus sentimentos
como se os teus
nunca tivessem existido,
retiras tudo que me deste
esmigalhas meus sonhos
pisas em minhas ilusões
queres apagar com uma borracha
o que foi gravado com sangue
dentro do coração



És tão frio e tão distante
e deixas no ar uma estranha sensação
de eu nunca ter realmente te conhecido
Jogaste tuas palavras ao vento
sementes inúteis
que germinam hoje a flor do silêncio...



retiras tudo que me deste
desnudas meu coração, deixa-o frio
sem nenhuma piedade...
penso agora... se és o mesmo
que um dia conheci
e de quem hoje sinto...tanta saudade

Mary Fioratti

06 setembro 2008



REMENDOS


Tantos remendos tenho
nesse meu velho coração
quantos pedaços costurados
com marcas profundas
que jamais serão cicatrizadas
Palavras que o cortaram
atitudes que o magoaram
jorrou o sangue da incompreensão
depois consertado aos poucos
com o magico remédio do tempo

Tantos remendos tenho
nesse meu velho coração
noites em claro a pensar em você
a imaginar seu sono
(ou sua insonia)
a desesperar-me com silêncios
e a cada batida dele
uma ferida aberta
que foi cobrindo-se de curativos
para meus mais verdadeiros sonhos

Tantos remendos tenho
nesse meu velho coração
de repente apoderou-se de mim
o cansaço eterno
de lutar por causas perdidas
Sua voz calou-se e a minha cala
vozes enterradas em lembranças
e mergulho no silencio do dia a dia
até que essa dor passe
e minha mão a transforme em poesia




®Mary Fioratti

05 setembro 2008



A LOUCURA DO AMOR




Dominados pela paixao
labios entreabertos
desejo nascendo na pele
aproxima-se seu rosto
e meu desejo instintivo
de provar seu gosto...

(eletriza-se o momento)

Labios que se encontram
sedentos e lascivos
respiracoes se confundem
as linguas adivinham o percurso
e imantam-se em camera lenta


Coracoes ao mesmo ritmo
incendeia-se o corpo
em fogo ardente
desejo consumindo as entranhas
maos que se movem
na leitura dos sentidos



Depois do amor
o silencio dos corpos
anuncia o verdadeiro encontro

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(o das almas)




Mary Fioratti