28 novembro 2007





O INCONFUNDÍVEL CHARME DE UM BRASILEIRO




Aqui nos Estados Unidos, existe um show chamado "Dancing with the Stars" (Dançando com as Estrelas).

Pessoas se inscrevem para dancar com alguém famoso (acredito que alguém me disse que existe no Brasil coisa semelhante). E entao é feito o concurso.

Ultimamente todo lugar que eu ia, um americano me perguntava: "Ah, você e brasileira? Esta acompanhando o Hélio na Dança com as Estrelas?"

Na verdade eu nunca havia visto esse programa, e resolvi começar a ver. Afinal, se despertava a atenção desses americanos que me perguntavam, se era alguém do meu Pais, eu queria ver.

Comecei a assistir então toda semana. Na verdade eu peguei esse programa na 5a. semana, e ele vai ate 9 semanas.

Acho que eu nem precisava saber quem era o Hélio Castroneves. Quando vi seu rosto diante daquela multidão de dançarinos e dançarinas, eu pude enxergar o seu sorriso aberto. O Brasileiro quando sorri, e como uma porta que se abre. São braços que se estendem. Difícil, muito difícil explicar em palavras.
Alias, quase impossível para uma pessoa de qualquer outro Pais, poder entender o que e ser Brasileiro.

O Brasileiro tem aquele apelo tão próprio, que o sentimento aparece em seu sorriso, em seus gestos, em sua espontaneidade.

Hélio Castroneves e corredor de Formula Indy. Mora em Indianápolis. Resolveu participar desse concurso de dança, sem nunca ter dançado (e Brasileiro, precisa? risos).
Contratou uma professora de dança, e começou a aprender. Junto com a professora famosa, estavam três profissionais da dança, dois homens e uma mulher, que participaram também em seu treinamento.

Cada programa eles tinham que apresentar com a(o) parceira (o) três danças. E o júri, formado de alto nível profissional, os julgava.

A cada semana eu não acreditava no que via. Hélio estava cada vez melhor. Recebia notas altas dos jurados. O aplauso efusivo do publico.

E olhando em seu rosto eu sentia um imenso, imenso carinho por ele, mesmo sem conhece-lo. Porque ele mostra aquela naturalidade tão brasileira! Brincadeiras espontâneas. Humor aparente. Sorriso no rosto. E alem de tudo, mostrou uma capacidade de dançar espetacular!

A cada semana crescia dentro de mim aquele desejo de vê-lo campeão. ( ele é corredor de formula Indy e já foi campeão duas vezes).

Esta semana foi a finalissima. Ficou entre ele, e um outro casal (ela, era uma das Spice Girls - lembram? Melanie Brown). Que tambem dancava muito bem!

Ali estava o Hélio com sua parceira, para a ultima dança.
E dançaram como nunca! Esse homem nao dançava: voava no chao. Parecia etéreo. Fez uma apresentacao maravilhosa!

E ele foi anunciado o vencedor!

Senti-me muito feliz com essa vitoria, porque sei que os americanos puderam enxergar aquele "algo mais" que nos brasileiros temos. Algo que vem da alma mesmo. E que ninguem pode explicar, mas somente sentir.

Esse homem tem uma simpatia natural, e absoluta! Conquistou nao somente o juri, mas todo o povo que estava ali assistindo. Um carisma inconfundivel.

De todas as dancas que eles fizeram durante essas semanas, escolheram essa abaixo para a "finale", e foi essa que o fez campeao! Essa apresentacao foi a ultima antes da "finale". Assistam e vejam as notas do juri! Vejam ate o fim do video, onde as notas aparecem.

Essa jurada (moca) foi DIFICILIMA de dar uma nota boa para alguem. Ela era sempre a MAIS EXIGENTE. Todos tinham aquele medo do julgamento dela. Assim um tipo "Ze Fernandes" do Silvio Santos, lembram? (risos)



PARABENS HELIO CASTRONEVES POR ESSE BANHO DE BRASIL, POR SUA ESSENCIA, POR FAZER VIBRAR NOSSOS CORACOES!



Mary Fioratti

Enquanto escrevo algo para voces, que estou terminando, deixo uma musica.
Beijos

®Mary Fioratti



ENTÃO ME DIZ


25 novembro 2007



MEU GOSTAR



Gosto de seus olhos
quando me olham doces
escondendo seu desejo
e suas mãos entrelaçam-se
nas minhas
seus dedos brincando
com os meus
delicioso silêncio
que nos envolve
quando fechando os olhos
pressinto uma ternura
de um gesto a seguir

Gosto de suas mãos
que pintam em meu corpo
paisagens indefinidas
de seus braços envolventes
de sua boca macia
que percorre trajetos
subindo e descendo as curvas
da minha imaginação
dessa sua transparência
que atravessa minha alma
e pousa em meu coração


Gosto daquela chuva de estrelas
que cai sobre nós
envolvendo em nuvem de sonho
cada pequeno momento
e de seu olhar
que implora o meu beijo
fechando seus olhos
explodindo em sentimento


®Mary Fioratti

21 novembro 2007





UMA FORMA DIFERENTE DE SER FELIZ





Antes de voces lerem o que escrevi abaixo, quero dizer que o propósito de ter escrito isso, e aberto meu sentimentos, é tambem uma sementinha de uma idéia para cada um de voces. Porque um Blog sinto que tem muita força, e muitas vezes leio outros posts em outros Blogs e nascem tantas novos sentimentos dentro de mim! Cada um tem o seu modo próprio de sentir. Ou de agir. Aqui eu digo tudo que sinto, mesmo que isso possa parecer brega. Se um dia eu deixar de dizer o que sinto, com certeza nao publicarei mais. Como sou aqui, sou na minha vida real. Ja "apanhei" muito com isso, aprendi um pouco, mas nunca deixarei de ser eu mesma em nada que diga ou faça.


Acredito que cada um de nós tem tanto para dar. Sinto-me sempre assim, como se tivesse dentro de mim um mundo inteiro para dar e receber.
Somos tão ricos! Como essa riqueza excede sempre, em sentimentos, em sentir, em olhar o mundo como se ele fosse um Parque de Diversões.
Onde estivéssemos inocentemente, como uma criança, brincando nesse parque, sorrindo de um modo puro, e totalmente sem intenções. Simplesmente sorrindo.

Sempre tive uma vontade muito grande dentro de mim de fazer um trabalho voluntário. E esse desejo foi crescendo a medida que a idade foi avançando. Talvez porque a gente comece a sentir essa fragilidade e fica a imaginar como essas pessoas mais velhas se sentem.

Tenho uma ternura tão grande por velhos! Muito mais do que por crianças. Embora eu ame crianças, acho-as uma renovação. E também vejo que elas tem muita platéia. Todo mundo brinca com uma criança. Acha-a bonitinha! Mexe em suas mãozinhas. Pergunta o nome...

E os velhos?

Tantas vezes eles são esquecidos em uma conversa. Lembro tão bem da minha irmã quando meu pai era vivo, e ela morava com ele, ela sempre estava preocupada que ele fosse deixado de fora das conversas. Hoje eu a entendo tão melhor!

Por que deixar os velhos de lado, se eles são verdadeiros Livros de Histórias? O quanto podemos aprender com eles, tirar lições de vida, observar o modo que vêem a vida?

Meu marido sempre gostou de conversar com pessoas velhas. Talvez porque ele tenha sido praticamente criado pelo seu avo, e aprendido tantas boas lições com ele.

O avo dele sempre dizia: "Um homem honesto cabe em qualquer lugar".

Os velhos, como as crianças, são imprevisíveis. Eles podem dizer coisas que calam fundo. Em seu olhar tem um mundo de vivência.
As vezes fico a olha-los e a pensar tudo que enfrentaram nessa vida: dores, momentos difíceis, perdas, e me emociono.

Aqui nos EUA existe essas Casas de Velhos (digamos, Asilo), no entanto de uma forma muito mais sofisticada. Paga-se muito! Mas os velhos conseguem ter uma vida digna. Moram com outros velhos, jogam Bingo, assistem TV, se reúnem para tomar café. Mas muitos deles são esquecidos pela família.

Minha filha quando tinha seus 11 anos, dançava para uma Companhia chamada "Connie Ferguson" e a dona dessa Escola , fazia muitos shows nessas Casas, principalmente no Natal.
E sempre íamos vê-la dançar junto com o grupo.

Se vocês vissem o rosto desses velhos ao olhar para elas! Eu sempre sentia uma emoção tão grande participando disso. Eles dançavam sentados em suas cadeiras, riam sozinhos... E muitas vezes eu tive a oportunidade de conversar com alguns deles e perceber o QUANTO eles eram solitários.
Lembro-me uma vez de uma velhinha, que em alguns minutos conversando com ela, ela me mostrou a foto dos filhos, dos netos, e contou que seu marido havia morrido ha alguns anos.
Senti a importância de ter parado aqueles minutos ali, e conversado com ela.

O Larry, cantor da nossa Igreja, também se apresenta cantando para os velhinhos, e ontem eu falei para ele que quero ir um dia com ele, somente para assistir e tirar fotos.

Este ano estou a procura de um serviço voluntário. Acho que isso pode nos ensinar tanto, e na verdade, pensamos que damos muito a alguém fazendo isso, mas na verdade, recebemos muito mais! Recebemos a satisfação de ver uma pessoa feliz. Existe maior satisfação que essa? De ver que conseguimos colocar um sorriso em algum rosto?

Nos Domingos quando vou na nossa Igreja, sempre dou uma olhada nos anúncios que fica num quadro. E ontem li que uma dessas casas de velhos estava pedindo uma pessoa que pudesse a tarde, durante algumas horas, servir refeição para os velhinhos.
Ontem liguei e deixei recado. E estou tão ansiosa, e querendo que me chamem. Vou me sentir tão feliz em poder fazer isso!

Todos nos temos um potencial enorme para fazer uma pequena coisa por alguém. Seja isso pequeno...um pequeno gesto que pode mudar uma vida.
Penso isso, porque tantas pessoas que passaram pela minha vida, mudaram um momento, ou me fizeram reciclar algo, ou mudar minha decisão.

Gostaria de sentar com os velhos, e ouvir suas historias. Olhar a fotografia de seus filhos e netos. Ouvi-los dizer que foram jovens, que eram bonitos.

No verão, quando vamos naqueles concertos na Praça, sempre fico a olhar esses casais de velhinhos que dançam. E me emociono tanto! Fico a pensar quantas coisas eles passaram com os filhos, com doenças, com situações difíceis, quantos momentos de felicidade tiveram. E ainda estendem suas mãos para dançar, e sorrirem um para os outros.

Comecei a escrever isso ontem. E ja tenho uma novidade... Ontem mesmo toca meu celular no servico, e quando atendi era Diretora da Casa de Repouso dos Velhinhos. O lugar chama-se "Meadowbrooks".

Conversou comigo um tempo, vou encontrá-la para conversarmos, e começarei meu serviço voluntário na próxima Segunda-feira. Das 2:00 as 5:00.

Ela indica certos velhinhos ou velhinhas que não tem família que visitam, ou se sentem solitários. Eles dao livros que podemos ler para eles. E principalmente, o que quero fazer e escutá-los. Escutá-los muito!

As 4:30 vou ajudar na cozinha, a servir o jantar.

Vocês não imaginam como isso mexeu comigo! Sempre tive uma imensa vontade de me voluntariar com esse tipo de servico, e acho que tenho tanta coisa de mim ainda para dar!

Depois conto a vocês minha experiencia.

Este foi um grande presente!

E aproveito a desejar a voces um FELIZ DIA DE AÇÃO DE GRAÇAS! Um dia para reciclarmos todas as nossas bençãos. E agradecer muito!


®Mary Fioratti

19 novembro 2007



ÍMPETO



Não quero tentar descobrir
as razões do meu coração
quero entendê-lo
pelas batidas
e deixar-me levar
pela sua música
quero mover-me
languidamente
pelo seu ritmo
e de olhos vendados
seguir a trilha
que ele traçou...
Não importa
se ela é passageira
se há sinais vermelhos
colocados pela razão
Quero só hoje
Indiscretamente
Seguir a trilha
Do meu coração



®Mary Fioratti

15 novembro 2007



O MEU AMOR POR VOCÊ



Vem... senta aqui ao meu lado
silencia enquanto olho em seu rosto
descobrindo seus pensamentos
deixa-me fazer um raio-x de sua alma
sinta minha mão procurando a sua
entrelaça seus dedos aos meus
fiquemos assim por um tempo a olhar estrelas
e a sonhar com coisas impossíveis
vem...desnuda -me com seus olhos
entra no túnel de minhas paisagens
onde poderá ver nas paredes
fotografias que tirei com minha retina
de momentos que se passaram
de uma expressão de seu rosto que me cativou
ou o flash súbito de um sentimento
detenha-se no amor que mostro nesse momento
vem... e leia a verdade no toque úmido de meu beijo
quando minha língua passear em sua boca
provocando sensualmente seu desejo
sinta meu corpo todo trêmulo em seus braços
vem...extasia-se com minha revelação
sinta o amor exalando de meus poros
minha respiração entrecortada
abre os botões de minha blusa e não fale nada
vem...e deita-me em seu leito morno
sussurra-me esse amor em versos
não tenha pressa, quero ouvir cada estrofe
sentir todas suas palavras
e entre elas ouvir o seu suspiro
abraca-me com ternura
mostra-me toda a emoção na sua voz
depois...deixa-me acariciar os seus cabelos
e olhando em seu rosto permita
que o silencio fale por nós






®Mary Fioratti


14 novembro 2007


MAIS FOTOS DE OUTONO





Hoje vindo do trabalho, parei num Parque que fica pertinho, chama-se "SWAN PARK".
Vejam a natureza. Essa semana as folhas estao praticamente se despedindo das arvores...
Essas acredito que serao minhas ultimas fotos do Outono.
(agora escrevendo isso, olho para minha area e vejo um monte de folhas caidas...e tambem o vento derrubando as folhas das arvores. Que linda paisagem! ).












E para finalizar, achei lindas essas rosas que ainda sobraram num cantinho da paisagem do Parque, lembrando o verao!




®Mary Fioratti

PS: E falando nas cores do outono, eis que ganhei de presente da minha cunhada esta blusa do Brasil. Engracado, como a moda do Brasil eh bonita, colorida, diferente, e quando eu visto, me sinto "eu".





12 novembro 2007


QUANDO DEUS PARECE TÃO PERTO





Há horas em nossa vida que Deus parece estar tão perto, mas tão perto, que se estendermos a mão podemos toca-lo.
E uma experiencia tão intensa e que parece sacudir nossa alma.

Este fim de semana fomos para Toledo visitar minha filha. Toledo e bem mais frio que Cincinnati, pelos efeitos do "Lake Erie".
Estava um vento muito frio, e no Domingo começou a chover. Aquela chuvinha fininha, e fria, que corta a alma.

Meu marido ficou no quarto com minha filha, assistindo TV (homem com controle remoto - sabem como e? aquela satisfação! risos). E minha filha estava no seu laptop.

Peguei minha maquina fotográfica.

- Vai sair com este frio e essa chuva para tirar fotos?
- Vou! Tchau!

Coloquei meu casaco quentinho, tênis, calca jeans, e lá fui eu... desbravar os matos da Faculdade.

Quando me aproximo de paisagens como essas de Outono, e meus olhos vêem toda aquela beleza, e como se Deus estivesse andando comigo, ali ao meu lado. E dizendo: "Olha aquilo!"... "Veja a beleza disso"...

Andava procurando ângulos para fotos, me ajoelhando, ficando atras das árvores, e ate subi em algumas (risos).

- Hi, how are you?

Ai estavam os alunos da Faculdade passando por mim.

"Nice shot"..

O tapete de folhas coloridas que se forma no chão, e de tirar o folego, emoldurado pelas árvores coloridas.



Ao parar para ver essa árvore não daria para explicar a voces, a beleza que vi, e a foto deixa a desejar:



No meio da Faculdade, perto do Estádio de Futebol, existe essa ponte pequenininha. Vejam o que tive em frente de meus olhos...(e imagine ampliado...):







Na rua, fiz o Roque parar para tirar essa foto. Era uma arvore de uma cor tao maravilhosa, que a foto aqui nao faz jus a beleza que vi com meus olhos:



A beleza das folhas, emolduradas pelo ceu:




Voltei para o quarto de minha filha molhada, com frio, com minha maquina no bolso, mas feliz, encantada com tanta beleza.

Deus andou comigo. Apontou Seu dedo para diversos lugares. Parecia estar me dizendo assim: "Essa paisagem Eu fiz num dia em que estava muito feliz"....

E esta tirei da janela do Hotel, da para perceber os pingos de chuva na janela. Vejam que lindo e nostalgico:



Emocionei-me com essa aventura. De verdade.
E quem me conhece sabe que para eu chorar nao precisa muito....





®Mary Fioratti

Escutem "MY WAY" com Frank Sinatra e Pavarotti

08 novembro 2007



REESCREVENDO A VIDA





Voces se lembram daqueles labirintos que a gente pegava uma caneta e comecava a traçar caminhos, até achar a saida?




Comparo sempre esses joguinhos com nossa vida.
Existem muitos caminhos para seguirmos. Eles se desenham em frente de nós como verdadeiros labirintos. Paralelos, perpendiculares, várias entradas e saidas, largas e estreitas,umas longas, outras curtas.

No papel, pegamos a caneta e começamos a traçar linhas e a chegada é sempre o final do jogo.

Fazendo uma analogia, assim nao é a vida?

Deus desenhou nossas imagens projetando-as nesses labirintos. E com seu lápis vai traçando as linhas do nosso aprendizado. Vamos então virando as esquinas, algumas vezes devagar, outras mais depressa.
Muitas vezes escolhemos caminhos errados, e voltamos a procura do ponto de partida.

Perceberam que muitas vezes nao conseguimos? Assim como palavras proferidas e marcadas, nossos atos tambem, sao marcados nos sulcos desses labirintos.

Quantas vezes voces nao olharam para si mesmos, e pensaram: "Se eu pudesse, faria isso tudo de novo".
Eu já pensei tantas vezes!

As vezes que voltamos (quando dá para voltar...) para tentar acertar o final do jogo, percebemos que esse final não é mais aquele que brincávamos no papel. Mas sim, a nossa VIDA.

Existem oportunidades que sao unicas. Caminhos que não poderão mais ser explorados. Isso não dá uma tremenda sensacão de impotência?

Assim é a vida.

As vezes fico a olhar os caminhos que percorri. Os erros que cometi. Tudo que hoje aprendi. E tenho vontade de pegar a folha da minha vida, e com o lapis, percorrer esses meus labirintos que se foram.

Nao acho que a vida deveria ser somente de acertos. Mas ha erros gigantes que nao podem ser corrigidos.

Uma vez lemos uma historia de um mecanico que trabalhava na Boeing. Ele trabalhou durante 45 anos e nunca cometeu um erro. O dia que cometeu, o aviao caiu, e morreram 104 pessoas.
Entao aqui em casa, quando falo para meu marido que cometi um erro (ou vice-versa) sempre perguntamos para o outro: "Tem jeito, ou é um erro Boeing?"

Como gostaria de reescrever alguns pedacos de minha vida!

Aqui listo algumas coisas que gostaria de ter reescrito:

1) Ter sido mais paciente
2) Mais compreensiva
3) Ter escutado mais antes de ter tirado conclusoes
4) Brincado mais com minha filha
5) Em certas epocas, ter dado mais importancia ao meu trabalho do que a minha familia.
6) Nao ter julgado tanto pessoas em situacoes que depois eu mesma passei
7) Entender que ha certos momentos da vida que pessoas enfrentam problemas e nao querem opinioes: so precisam ser ouvidas.

.... e tantas outras mais.

Sei que nao existe outro modo de aprender, a nao ser errar a saida desses labirintos.
Sei que cresci, devido a esses erros.

Nao queria ter acertado tudo: teria sido muito monotono.

Nao acredito que eu tenha feito "erros do Boeing"... (ainda).

A vida é de uma fragilidade absoluta.

Queremos passar tanto aos nossos filhos esse nosso conhecimento. No entanto temos que deixá-los voar. E ficar assistindo as quedas. E colocando curativo nas asas.

Como Fernão Capelo Gaivota:

"Aqui será a areia fina...a falésia...onde, entre voos, pousarei para descansar e meditar, depois voltar a voar entre o azul do mar e o azul do céu."



O que somos aos nossos filhos, nada mais do que .... a falésia?






®Mary Fioratti

07 novembro 2007



(Wendy Schneider-Photography & Design)



AS MANHÃS FORAM FEITAS PARA AMAR




As manhãs foram feitas para amar
quando o corpo esta morno
e a mente livre das preocupações
o espreguiçar-se sereno
o tocar das mãos, o olhar imaculado
do amor mais puro

As manhãs foram feitas para amar
quando os lençóis estão moldados ao corpo
os travesseiros acomodando a cabeça
espalhando os cabelos
lá fora o dia ainda começa
e ha tempo para aquele beijo interminável

As manhãs foram feitas para amar
quando os corpos rolam na cama
e procuram-se com ânsia
e o abraço se faz perpetuo
e as pernas se entrelaçam, e o beijo acontece
quando explora-se ternura em nossas bocas

As manhãs foram feitas para amar
quando as caricias são puro encantamento
e as mãos movem-se tão musicais
dançando na pele...entre loucas e calmas
criando uma canção inusitada
ao som de nossas almas


®Mary Fioratti

MUSICA: "SUAS MÃOS" cantada em Português, por Nat King Cole. Uma relíquia!

05 novembro 2007






Conversando com uma amiga que esteve no Brasil por algumas semanas, comecamos a trocar sentimentos.
E uma coisa que ela disse me marcou muito. Porque conseguiu definir algo que sempre senti e nao conseguia explicar.
Quando moramos em um País diferente, toda vez que nos deslocamos dele, parece que uma raiz é arrancada de dentro de nós.
Algo tão dificil de explicar, mas tão facil de sentir!
Quando saimos daqui e chegamos no Brasil, no começo tudo é estranho. Uma sensação tão diferente!
E quando alguns dias passam, mergulhamos no dia a dia, no amor de nossos familiares, nos encontros, nos abraços. Nas ruas cheias de gente, aquela vibração que somente podemos explicar aqui, dentro de nosso coração.

É uma tremenda identificação, algo que se faz de um modo como se entrasse na nossa pele.
Quando entro nos onibus e fico a observar as pessoas, é como se um filme se passasse pela minha cabeca, um filme antigo que se repete: o AMOR que tenho pelo meu povo, pelo meu País, a certeza de que pertenço a esse lugar.

Acordo de manhã com o barulho dos carros, dos passos de pessoas na calçada, com o latir dos cachorros nas casas. Isso tudo para mim pulsa de uma forma absoluta!

E quando o tempo vai passando, começa um sentimento dentro da gente que incomoda. E nao sabemos definí-lo. Parece um vazio, um buraco. E então percebemos que nos falta o mundo daqui.

E ai esta a fotografia do que sentimos:



Um coração dividido, com estradas diferentes. Uma que vai para o Sul... outra, para o Norte.
Estradas que jamais se encontrarão.

Um quebra-cabeça que sempre faltará uma peça.

















Um vazio que jamais sera preenchido.
Duas identidades.

















Dois coraçoes unidos por tao antagônicos sentimentos. E no fundo: sentimentos tão iguais...



®Mary Fioratti