31 março 2006




CONSTATAÇÃO




Quando chega a noite
sinto aquele frêmito de saudade
parece que você se foi
para não mais voltar...
paro em frente do espelho
e vejo outro rosto, não o meu
nesse olhar pálido e sombrio
e em minha boca ausente de palavras
Quando chega a noite
a lembrança do seu abraço
chega rasgando minhas angustias
olho para os cantos
e pareço procurá-lo
nas sombras que desenham-se nas paredes
brincando com meus olhos
Sei que você está pensando em mim
e que este sentimento forte
que me toma inteira, corpo e alma
é que me dá a sensacao
que o tempo está a cair em conta-gotas
no copo da minha solidão
sei que o seu pensamento é que me arrebata
como se nossas almas se encontrassem
ávidas e sorrateiras no êxtase da fantasia
e no silêncio da madrugada
esses pensamentos deixam-me acordada
gritando alto pela minha poesia



®Mary Fioratti




SETIMO SENTIDO




O olhar se aprofunda
O cheiro se exala
O toque perpetua-se
O gosto mistura-se
Os ouvidos afinam-se
O extase invade
Entranham-se as sensacoes
Tomando conta do corpo
Arrepiam-se os pelos
Gritam-se os apelos
e os seis sentidos gritam
e fazem-se sentir
Setimo sentido:




®Mary Fioratti

29 março 2006




CONFISSOES IMPUBLICAVEIS




Ha um corredor imaginario
onde coloco meus sonhos
cheio de insinuacoes
ele e como um labirinto
e guarda em cada cantinho
de sua parede solitaria
um pensamento, um desejo
um sorriso dado escondido
num momento de amor imaginado
Nao ha limites nesse meu corredor
ele abriga milhares de sentimentos
abertos, realistas, crus
que vem me trazer arrepios na pele
nao se amedrontam em serem a voce declarados
escancaram-se ao toque das suas maos
e do olhar que me penetra como raio laser
queimando meu intimo
Nesse meu secreto lugar
ha uma poesia escondida, inusitada
atras de um vaso de flor
e a alma sussurra segredos inconfessaveis
que meu corredor imaginario abriga
Ah!...impublicaveis segredos de amor

®Mary Fioratti

25 março 2006




CAMPO DE MARGARIDAS (Ensaio Erotico)




Observava-o de longe.
Adorava aquela hora em que ficava a analisar seu olhar, ou mesmo seu sorriso.
Seus cabelos claros, caiam nos ombros, que ele displicentemente o amarrava num rabinho.
Tinha o sorriso mais bonito que ja vira. Primeiro, ele sorria com os olhos. Depois, com os labios.
Uma expressao leve no rosto, que as vezes desenhava uma seriedade subita.
Nao era tao alto, mas era magro, e agil. Seu corpo se movia rapidamente de um lugar para outro. Suas botas faziam barulho ao pisar na grama.
Tinha um "que" especial em sua figura. Uma seguranca, algo meio inexplicavel, mas ela se sentia segura ao olha-lo. Como se ele a estivesse protegendo.
Entre uma coisa e outra,que fazia, ele de longe a olhava. E aquele olhar era intenso.
Aquela tarde, fazia um solzinho maroto, quando ela resolveu aproximar-se dele. Tremia enquanto atravessava aquele campo verde, entre as margaridas, e o enxergava arando o solo.
Seus pes seguiam os caminhos, e seu coracao leve, saltitava. Pagaria qualquer ouro do mundo para ve-lo de perto.
Parou ainda um instante, observando-o arar a terra. Seus bracos firmes, iam e vinham num vai-e-vem, sua testa estava suada, e ele parecia cantarolar baixinho uma cancao.
Parou atras dele.
Ele virou-se como se a pressentisse. E o momento daquele olhar foi longo e duradouro. Ele desceu seu olhar apreciando seu vestido florido, suas sandalias delicadas, com pes femininos. Seus cabelos soltos ao vento, emolduravam um rosto sereno, que sorria.
Sorriu para ela. E ela percebeu que os olhos dele eram de um azul esverdeado (ou verde azulado?) e tinha uma bondade expressa no rosto.
Largou o que estava fazendo e aproximou-se dela. A proximidade dele, a fazia tremer com uma emocao totalmente desconhecida.
Como se o conhecesse ha anos, e como se fosse o gesto mais natural do mundo, afastou uma mecha de seus cabelos que caia no rosto. Ele sorriu. E suas maos acariciaram os seus cabelos e os bicos de seus seios arrepiaram-se em baixo do vestido com aquele toque.
Ficaram a se olhar, um olhar cumplice, cheio de desejo.
Seus bracos a puxaram contra seu corpo. Com os olhos fechados, e os labios entreabertos, ela pressentia o beijo. Como era delicioso pressentir...sentindo o seu cheiro de terra molhada.
Beijou-a. Seus labios a tocaram com uma delicadeza impropria diante do desejo que sentia. Sentiu seu perfume de rosas. Excitou-se.
Insinuou a lingua em sua boca, sentindo um gosto morno de amor. Ela retribuiu procurando tambem sentir seu gosto.
Estavam colados, seus seios esmagados em seu peito. Com a mao direita, ela tocava seu rosto, sentindo a barba aspera, e descia pela nuca, acariciando seus cabelos.
Naquele momento era implicito que eles ja se conheciam antes mesmo de se cruzarem.
Deitou-a na grama macia, enquanto deitou-se em cima dela. Uma sensacao de desejo terno, meio alucinado, tomou conta dele naquele momento.
Foi descobrindo-a aos poucos, tocando seus seios arrepiados, e suas maos percorrendo seu corpo macio. Ela totalmente entregue. Em delirio e extase.
As maos dele passeavam em sua pele, acordando os poros, fazendo-a exultar. Com suas maos, sentiu-a umida.
Foi sentindo seu corpo de um modo vagaroso e suave. Segurou todo seu extase...queria-a dominada e sua...
E ali ela estava, nua e suave, em um transe absoluto. Foi possuindo-a aos poucos, vagarosamente, quando a sentiu responder mais intensamente aos seus movimentos...
Os corpos suados se debatiam na busca do prazer....

Foi uma tarde...quase noite...que os corpos se abracaram saciados. No calar da noite gotas de orvalho cairam em seus seios.
E enquanto ela dormia, ele as sorveu com ternura. Seu corpo suave e delicado estremeceu entre as margaridas.

®Mary Fioratti

24 março 2006




TEU ADEUS




Ontem tu não soubeste
Não veio, não me quis, não me lembrou
Não me amou, mas eu te vivi..

Vivi nosso encontro, teu beijo, teus passos,
Minha noite, o arco íris, teu abraço
Minha espera, teu sorriso.

Eu te amei muito mais do que devia
Ao te viver..

Vivi minha dúvida, tua dúvida, minha lágrima,
Tua lágrima, nossa tristeza, meu presente
Teu passado, tua ausência, minha lembrança
Tua mentira, minha saudade
Teus abraços, teus olhos nos meus.

Vivi a tristeza, a verdade, a dor e a realidade
Do teu Adeus...

®Mary Fioratti
,

23 março 2006




PENSAMENTOS ILOGICOS




Emaranham-se as maos entre lencois
Os pes descansam e pesam como chumbo
os labios movem-se imperceptiveis
com a total falta da voz
os olhos parados so pressentem...
e nao conseguem ver no escuro
aquele lustre pregado no teto
um amargo na boca
aquele formigamento na alma
A vontade plena de ir para nao sei onde
e querer que voltar
antes mesmo de ter ido
O fechar dos olhos de um modo tenue
como se nao quisesse mais olhar
O tremular subito do corpo num leve acordar
E a manha chega e o sol inunda o quarto
um raio dourado corta o ar
num tom de suplica
meus olhos fixam-se naquele raio furta-cor
e mexo-me na cama : estou viva
(constatacao ilogica)
Pequenos barulhos cortam o silencio
os carros que dao partida
o cachorro do vizinho corre alegremente
brincando com a neve branquinha
(posso ve-lo da minha janela)
O dia comeca, a noite se foi
Enterram-se no escuro os sonhos
e a vida anuncia-se
em forma de poesia

®Mary Fioratti
,

22 março 2006




DESTINO




Destino…
Quem é esse desconhecido
Que se esconde
Nas esquinas da vida?
Ha horas parece ter uma lança
Que entra no meu peito
Outras horas traz momentos
Que encantam…e acalantam…
Destino
Deixa-me culpá-lo
Por todas as coisas erradas
Da minha vida
Das minhas lágrimas sem razão
Das dores do meu coração
Das minhas noites sofridas…
Destino… cavalo alazão…
Deixe eu montar em suas costas
Leva-me para onde
você pensa que tenho que ir
Sei que você sabe o caminho
Mesmo antes de partir
Mas quando galopares
Em direção àquela estrela
Pare neste exato momento
E deixe-me vê-la!
E se na sombra do entardecer
Meus olhos fixarem-se à distância
E for percebido um brilho mágico
Em meu olhar
Pare Destino! Por piedade!
Afrouxa meus laços
Deixa-me descer
Apruma seu corpo fidalgo
Galopa de volta afoito
para a sua próxima vitima
Deixe-me sozinha
No encontro com minh'alma
Nesta hora mágica
Do meu "Renascer"

®Mary Fioratti




MOMENTO DA MINHA ALMA




Deitei-me hoje no berço quieto
Da minha solidão
Precisava de um pouco
Daquele silêncio calmo
De ouvir esta música que emana
de dentro de mim
Não queria macular meus sentimentos
Com lembranças passadas
Queria achar no fundo de meu coração
O sentimento puro…vindo da alma
Que não fosse sugestionado
Pela paixão…

(pura ilusão!)

Deitei no travesseiro sem formas
Da sua ausência
Ouvindo esta minha canção
Querendo entender seu significado
Que terrível dormência
Na lentidão dos meus passos
Na sombra imaginária dos seus ombros
Do cheiro de amor dos seus abraços
Em meus ouvidos ecoaram
Acordes ardentes de paixão
Músicas suaves do meu coração
Gemidos graves nas notas da ilusão

Era como um violino
Chorando na mão do violinista
Tocando na alma seu acorde de tristeza
Compondo canções de notas puras
Da sua própria vida de amargura

Hoje ouvi os acordes mais íntimos
Escondidos na minha própria essência
Fechei meus olhos … era a sua música
Que eu já descrente de todas as suas notas
Tranquei-a na gaveta secreta
da sua ausência

®Mary Fioratti

20 março 2006




MÃOS ATADAS (Poetrix)




Nada posso fazer no silencio desta tarde
minhas maos estao atadas, meu pensamento perdido
Vem! desata o nó dessa saudade!


Mary Fioratti





QUANDO VOCE NAO VEM




Quando você não vem
sinto assim como se estivesse
algo faltando no meu dia
minha alma parece vazia
Falta o calor da sua presença
o encanto da sua voz
a ternura dos seus cuidados
Quando você não vem
minha vida se torna tão branca
e tão sem sentido
Depois você chega
pegando seus pinceis
colorindo todos meus pedaços
pincelando os cantos
de minha solidão
com seus intensos abraços
e percorre com seu pensamento
todos os cantinhos
do meu coração
Você me renova
Tinta suave e fresca
nas paredes dos meus sonhos
refresca minha alma
muda de cor a minha paisagem
E com o seu suave beijo
Faz tremer o meu corpo
Em um tom silencioso
de desejo


®Mary Fioratti

16 março 2006




SENTINDO SUA FALTA



Como eu quero hoje olhar seus olhos
talvez seja essa saudade imensa
que apodera-se de mim nesse instante
esse desejo, quase dor fisica
de olhar para dentro de sua iris
e pintar a cor de seus olhos
na folha de minhas lembrancas
Preciso hoje de suas maos em meus cabelos
de seu sorriso meigo, sua ternura
de seu abraco apertado
e daquela certeza que tenho
toda vez que voce me abraca
que nos encontramos nessa encruzilhada
por alguma razao
Quero hoje que voce me conte
tudo aquilo que eu intuo
ficar horas olhando seus labios movendo-se
contando-me historias de voce
Sei que nunca me cansarei de ouvi-las
e por um momento perderei a nocao de onde estou
envolvida no amor que se apodera de mim
Ah! desejo que me consome
de que tiremos nossas roupas
como criancas assustadas
tremendo com o encontro da pele
tocando-nos de um modo puro
ate que nos leve ao amor profano
Como eu quero hoje em volupia louca
ter seus bracos em volta do meu corpo
sentir o gosto de seu beijo
e as acrobacias da sua lingua
em minha boca


®Mary Fioratti





SEU RETRATO




Meus olhos vêem muito mais
alem de seu lado sonhador
Eles buscam dentro
De sua pura essência
Aquele pedaço que lhe falta
Meus olhos lêem
Muito, muito mais
Do que suas palavras
Colocadas em papeis frios
Em noites enluaradas
Eles conseguem entender
de um modo pleno
o que vai dentro de sua alma
Meus olhos traduzem
Muito, muito mais
Do que suas maos dizem
Quando você rascunha
seus dias de sol
nas noites de chuva
em pequenos papeis amassados
que revelam seus segredos
Assim leio sempre mais
Muito, muito mais
alem de seus simples devaneios
ou o que as pequenas e vãs palavras
que aglomeradas em seu a,b,c,
Podem-me dizer
Que seu sonho sempre
seja um sol dourado
morrendo nas montanhas
de meu corpo apaixonado
culminando brilhante
no horizonte do meu Ser

®Mary Fioratti
,




MORTE - VIDA!




Hoje morri um pouco
(não se morre um pouco todos os dias?)
A morte não é somente aquela definida
Quando entramos embaixo da terra
Corpo inerte…sem nossa alma
Ela também termina
Quando percebemos
Que os corredores que percorremos
Nao são reais…sao imaginários
(esta não é a morte pior?)

Sim !

Hoje morri um pouco
Com visões reais de uma paisagem
Onde o sol não me pareceu
Tão brilhante
Nem a lua se mostrou
Maravilhosamente minha
Ouvi aquela música
E ela nao me pareceu
Tão bela….

Esta morte, no entanto,
Tem muito a ver com a vida
(Fragmentos de ilusão)
Hoje morri
Mas sem lágrimas
Sinto-me “quase” nova
Jogando fora
Meu velho coração!
(velhas ilusões)


®Mary Fioratti

15 março 2006




ANALOGIA




Esta manha fiquei a olhar
uma borboleta branca voando
essa borboleta se pos a voar
fazendo circulos, subindo alto
descendo, rodopiando...
E meus olhos ficaram a segui-la
num deslumbramento total
seguindo seus movimentos no ar
Sempre amei borboletas
pela sua beleza das cores
e pela sua maravilhosa liberdade
alem da delicadeza de seu corpo
e da feminilidade de seu voo
Fiz uma analogia imediata
enquanto seguia com meus olhos
meio maravilhada
o voo dessa borboleta
beijando margaridas
Assim deveria ser o AMOR
Livre de amarras, de preconceitos,
de regras, estipulacoes, cobrancas
por que sempre o escravizamos
engaiolando-o nas redes do ciume
da agonia, da posse?
Ele deveria como essa borboleta
alcando o seu voo livre
transpassando montanhas, vales,rios,
as asas batendo compassadas
e depois voltando
ao som da musica do vento
com gestos graciosos e plenos
como um bailado ao som de Tchaikovsky

®Mary Fioratti

14 março 2006




EXTASE




Voce mexia em meus cabelos
enquanto eu beijava suas maos
naquele silencio contemplativo
de nossas almas
respiravamos quase juntos
numa musica de sentimentos
quase perfeita
Momento de ternura infinita
quando levantei meu rosto
e deparei com seu sorriso
seus olhos olharam dentro dos meus
e uma cachoeira de ternura
derramou-se sobre nos...
Nao sei porque eu me sinto assim
quando estou com voce
a estar sempre descobrindo sensacoes
escondidas atras das cortinas
dos nossos sonhos
um sorriso
um olhar
um beijo
um desejo nascido repentino
que gera um gesto espontaneo
de ternura desmedida
Nao sei porque
voce me traz essa sensacao
de languidez no corpo
de gata manhosa
querendo colo
quando aquelas frases suspiradas
me enchem de desejo
talvez sejam suas maos que procuram
no meu decote o seu prazer
e o seu beijo lento
seguido de seus sussurros
em meus ouvidos
Com voce eh sempre assim
um mar de extase
invadindo ondas de amor
dentro de mim...


®Mary Fioratti

13 março 2006




MAQUIAGEM



®Daufen Bach

hoje a tua imagem transcende em meus olhos,
de nada adiantou o teu batom 24 horas,
de nada adiantou escurecer os cilios,
de nada adiantou aquele creme importado
a esfoliar a pele, ou ainda,
aquele renil (30-40 anos).

os teus belos cabelos também não importam,
nem teu olhar amendoado, hoje,
vejo-te, quero-te em poesia,
traços fugidios de uma caneta,
versos...
és tão mais bela assim,
mulher maquiada de poesia.

* * * *

11 março 2006




À SUA ESPERA




O vento sopra devagar
Na ternura da tarde
Sou todo amor à sua espera
Como se sua palavra
Pudesse secar todas
As minhas feridas
Como se uma rosa pudesse
Colorir a minha vida
Espero você
Como se eu sempre
O tivesse esperado
Como se esse vento
Sempre tivesse soprado
Como se suas palavras
Eu sempre tivesse escutado
Sua música está tão dentro de mim
Que ela se transformou
Na minha música interna
Aqui, do outro lado
Em outra esfera
Fecha-se a tarde
Esfumaçam-se os sonhos
E continuo sempre aqui
À sua espera

®Mary Fioratti

09 março 2006




MEU UNICO DESEJO




Se Deus me concedesse um desejo
hoje eu queria novamente
retroceder ao dia
que vi o rostinho de minha filha
pela primeira vez
Lembro-me ter descoberto
um cobertorzinho azul
e visto seus cabelinhos pretos
sua expressao de docura
Dali para frente, minha filha
tantas coisas aconteceram
fui aprendendo com voce
a doar mais
sentir intensamente
rir do nada
ser feliz por ser...
A cada dia uma nova experiencia
a chupeta
a mamadeira
as noites em claro
(sinto saudades de cada uma!)
do suco de frutas
da sopinha
da carne moida com pure
(sua comida preferida)
Nossos passeios no shopping
Dos Natais magicos
quando voce acreditava em Papai Noel
Da Pascoa
Quando voce ficava a procurar pela casa
os ovinhos de chocolate que eu escondia
cada um com um presente
Dos seus aniversarios
com suas amiguinhas correndo pela casa
Voce foi crescendo minha filha
e eu fui tentando acompanha-la
tentando ser a amiga, e a mae
Uma vez me disse alguem: nao queira ser amiga
Primeiro voce eh MAE!
(tarefa mais dificil!)
Sinto saudades hoje de acompanha-la
nas aulas de danca
nas suas apresentacoes no palco
quando voce brilhava com seu sorriso
De repente me dei conta minha filha
que voce cresceu!
Ontem quando entrei no seu quarto
e vi espalhados pelo chao seus CD´s
seus cadernos de escola
e ao lado deles
vi sua carta de motorista
percebi um certo brilho de liberdade
quando voce olhava em seu computador
os sites de Revendedores de Carro
Como o tempo passou depressa minha menina!
No entanto voce ainda me chama
para coloca-la na cama
quando o medo de ser adulta
fala mais forte dentro de voce
Daqui a um ano
voce ira para a Faculdade
e seguira seu destino
Ah! se Deus me concedesse um desejo hoje
queria comecar tudo de novo
fotografar cada momento
escrever num caderno cada sentimento
para quando mais tarde
sentar-me naquela cadeira de balanco
eu poder como meu pai quando velho
ter uma caixinha de fotografias
talvez muitas delas eu nem me lembre mais
como meu pai nao se lembrava
mas o que importa?


®Mary Fioratti

08 março 2006




QUANDO VOCE CHEGAR




Sua ausência provoca
crateras imensas
no amago do meu ser
Ando assim sem rumo
a procura de lembrancas suas
junto pequenas frases
pedacos de agonia
tento achar no vazio
fragmentos de poesia
Pego a caneta e o papel
rabisco palavras
invento frases
procuro inspiração constante
nesse vazio que me toma
Ah! quando você chegar
vou correr descalça ao seu encontro
cabelos ao vento, sorriso estampado
quero tocar seu rosto
desenhando-o com meus dedos
vou sorrir para seus olhos
tomar suas mãos entre as minhas
contar todos os segredos
que minha alma aprendeu
na sua ausência...
Ah! quando eu ver você chegar
vou encher de estrelas o seu chão
derramar a luz da lua em seus cabelos
colocarei flores nas arvores
um sol no horizonte
pintarei de cor-de-rosa o fundo do céu
perfumarei o ar com o meu cheiro
dançarei a sua musica preferida
sussurrarei palavras em seus ouvidos
colocarei um fim nessa agonia
e deitando minha mão sobre o papel
escreverei meus mais lindos versos
transformando sentimentos em poesia


®Mary Fioratti

07 março 2006




DUETO - MARY FIORATTI E DAUFEN BACH




UMA PEDRA

®Mary Fioratti

Muitas vezes a minha alma me pergunta:
quem é você?
Enquanto dedilho poesias
ditadas pelo barulho do meu coração
E hoje eu sei
Mais do que todos os outros dias
Mais do que todas as outras vezes
que eu nunca quero ferir ninguém
nem magoar
Nem com palavras, nem com sentimentos
Hoje sinto dentro de mim
Uma dor tão, mas tão intensa!
Que ela parece ferida viva
que geme em estado de coma
sem morte definida
Ela vive, dentro de mim
constante
algumas horas amiga
e outras horas, como essa
minha letal inimiga....
Quero chorar,todas as lágrimas
desse mundo
esgotar esse mar de angústia
que sinto dentro de mim
desafogar esse coração apertado
calar minha vontade
esquecer minha ingenuidade
ser uma pedra...
sim, hoje eu queria ser uma pedra
estar assim jogada
do lado de uma estrada
sem alma
sem sentimentos
sem sofrimentos
Uma pedra...
somente uma pedra...
Dura, fria...
uma pedra...

(E voce Daufenbach...meu poeta das madrugadas, sempre plantando flores nas minhas pedras!)


MENINA MARY

®Daufen bach

minha alma as vezes pergunta:
quem é essa menina
que dedilha poesias e
fascina como o brilho de um diamante?

eu sei..eu sei...respondo a minha alma,
essa menina me cativa,
ela não sabe ferir,
ela não sabe magoar,
ela é ferida, sim,
mas de sentimentos tão nobres,
tão puros
é ternura refletida.

e minh'alma inquieta
perdida nos olhos do poeta
pede:
não..não chores menina,
tua angustia é a angustia de quem ama
de quem, com amor se inflama
para desafogar o coração
esquecido em lágrimas.
menina...minha menina
ingênuo é teu coração
que teima em insistir
aceitar as dores
esquece, as vezes, das cores
de um lábio a sorrir.

vem...esqueça todos os remorsos
entendas que essa tristeza é o ócio
da solidão que nos rouba
um instante, um dia ...
vem sorria...veja o mundo, olhe
para o céu e perceba, quão imenso
é um segundo...quão valiosa
é nossa alegria.

então pequena...
não queiras ser pedra fria,
não querias galgar estradas vazias...
por ti... juntam-se os carbonos
por ti ...se findam os outonos
por ti...o sol sempre a reluzir...

erga teus olhos
e não mais chore assim.

* * *

06 março 2006




MOMENTO DE AMOR




Houve um frio
intenso e perturbador
que entrou em nossas almas
no justo momento
em que nos conhecíamos
mais de perto...

Houve uma fresta
que deixou entrar um ar tão viciado
que nós dois totalmente asfixiados
procuramos em nossas bocas
um ar mais puro...

O coração tornou-se louco
disparado...
E tudo que fazíamos
era tão pouco
para conter a explosão
quase fatal!

Depois houve uma calma
tão emocionada
Fazendo nós dois
não entendermos nada
Calando nossas vozes
na escuridão...

®Mary Fioratti
,

05 março 2006




TEMPESTADE DE AMOR




Seu corpo
sobre o meu
centrei meu olhar
em sua boca
que se movimentava
barulho ensurdecedor
dos corações que batiam
em diferentes compassos
emudecendo os sentidos
Minhas mãos tocaram
seus cabelos macios
sua pele em minha pele
cruzamos nossas mãos suadas
células vivas
queríamos mais e mais
daquele momento
De repente
Trovejou em nossas almas
barulho ensurdecedor
de amor
E o raio se fez
Iluminando nosso quarto
arrebentando-se nas nuvens
do nosso desejo
Depois numa calma
deleitou-se nossa boca
com um beijo


®Mary Fioratti




A TARDE CAI




A tarde cai
Solitário pensamento
Que corre a distância
À procura do seu...
Dentro de mim um aperto
Um desacerto
Uma vontade de ser
Alguém que não sofre
Que não pensa
Que não sente saudades
Busco sua presença
Em uma música longínqua
Em uma paisagem distante
Em um pássaro que canta
Em um pôr-do-sol que se esvai
A tarde cai... lenta
Solitário vento
Que sopra sem destino
Desmanchando meus cabelos
Por um momento fecho os olhos
E imagino um carinho
Um segredo...só meu
A tarde cai...solitária vida
Que procura sua alma
Entre as flores e a natureza
E em cada pedaço de mim
A tarde cai
E leva para você em ondas suaves
Meu último pensamento
Soprado em segredo
Na música do amor
Tocada pelo vento


®Mary Fioratti
,

04 março 2006




QUANDO VOCÊ NAO VEM




Quando você não vem
sinto assim como se estivesse
algo faltando no meu dia
minha alma parece vazia
Falta o calor da sua presença
o encanto da sua voz
a ternura dos seus cuidados
Quando você não vem
minha vida se torna tão branca
e tão sem sentido
Depois você chega
pegando seus pinceis
colorindo todos meus pedaços
pincelando os cantos
de minha solidão
com seus intensos abraços
e percorre com seu pensamento
todos os cantinhos
do meu coração
Você me renova
Tinta suave e fresca
nas paredes dos meus sonhos
refresca minha alma
muda de cor a minha paisagem
E com o seu suave beijo
Faz tremer o meu corpo
Em um tom silencioso
de desejo

®Mary Fioratti




SIMPLICIDADE




Tão fácil é conversar com você
quando as palavras fluem emocionadas
e os segredos se desmancham simples
em nossas palavras
Sua voz me traz lembranças
do meu tempo de infância
quando aquele riso solto se fazia
sem malicias...com delicias
de uma perene fantasia
Tão fácil é conversar com você
ouvir sua voz límpida
abraça-lo em pensamento
e ficar a imaginar
o vôo dos seus olhos
a energia constante de sua mente
Falo de mim com naturalidade
nem preciso buscar no fundo de minha alma
as minhas verdades
porque elas fluem como água límpida
da fonte do meu existir
De mim
Para você
Uma entrega aberta, e honesta
um romantismo deliciosamente tolo
quando você me fala de amor
e eu lhe respondo
com canções da minha alma
Tão fácil falar com você
embaixo das cobertas de nossos sonhos
ou do sol morno das nossas almas
quando nossos pensamentos se buscam
num entendimento mutuo
sem necessidade de palavras
Tão fácil amar você
de um modo simples e espontâneo
detendo-se na pura concepção do ser
onde o simples torna-se importante
quando minha alma meio agonizante
Mergulha na sua...para renascer


®Mary Fioratti

02 março 2006




NOSSA POESIA




Foi um momento
Que se perdeu na eternidade dos relógios
O tempo não contado
Quando sentimos nossas almas
Conjugadas
Suadas
Juntas
Como siamesas.
Fitando-se no escuro do quarto

Não sabia mais
Se minhas mãos eram minhas
Ou eram as suas
Elas se fundiam entre lençóis e corpos
Entre travesseiros e bocas
Entre pernas e bracos
Numa luta de amor
Cheia de desejo

Nossas químicas se misturaram
E entre as fórmulas científicas
Do amor eterno
Formaram um halo etéreo
Sobre nossos corpos
Que se derretiam nas carícias
Mais ousadas
Naquele quarto na penumbra
Com as portas fechadas

Era o nosso mundo
com todos os nossos sons
Era a nossa paisagem
com todos os nossos tons
Brilhando no escuro estelar
E o teto como paisagem principal
(Testemunha ocular)

A luz dos nossos olhos que mais pareciam faróis
Nos guiavam mostrando todos os caminhos a seguir
E refletiam naquela janela
Enquanto o vento soprava suave
Fazendo dançar aquela cortina amarela

Foi um momento .... e esgazeou-se a cortina
Os faróis tão brilhantes cegaram a retina
O teto distanciou-se da nossa paisagem
Seus olhos nos meus, sua boca na minha
E tudo tornou-se uma doce magia
Quando a linguagem dos corpos
numa dança sensual
Gravou em nossa alma
A nossa própria poesia


®Mary Fioratti

01 março 2006




UM AMOR INESPERADO




Estava em meu jardim
sem expectativas de encontro
quando de repente caiu aquela estrela
tao unica em sua essencia
parou em minhas maos
delicada e suave
pude enxergar sua alma pura
um amor sem maculas
com expectativas ternas
transparecendo verdade absoluta
Essa estrela eh de primeira grandeza
porque seu coracao eh aberto
Tornou-se minha de um modo gradativo
como a historia do Pequeno Principe
eu a cativei...ela me cativou
e nos tornamos responsaveis
por aquele sentimento que nasceu
Ela ainda brilha em minha vida
resplandecendo em minhas manhas
trazendo-me ternura em palavras
e nas minhas noites
ela chega de repente quando estou mais triste
e envolve-me em sua luz magnifica
fazendo-me sentir amada
Maravilhosa estrela que todos os dias
contemplo....e agradeco
Deita em meu pensamento todas as noites
e com ela no coracao
todos os dias amanheco...


®Mary Fioratti