07 março 2006




DUETO - MARY FIORATTI E DAUFEN BACH




UMA PEDRA

®Mary Fioratti

Muitas vezes a minha alma me pergunta:
quem é você?
Enquanto dedilho poesias
ditadas pelo barulho do meu coração
E hoje eu sei
Mais do que todos os outros dias
Mais do que todas as outras vezes
que eu nunca quero ferir ninguém
nem magoar
Nem com palavras, nem com sentimentos
Hoje sinto dentro de mim
Uma dor tão, mas tão intensa!
Que ela parece ferida viva
que geme em estado de coma
sem morte definida
Ela vive, dentro de mim
constante
algumas horas amiga
e outras horas, como essa
minha letal inimiga....
Quero chorar,todas as lágrimas
desse mundo
esgotar esse mar de angústia
que sinto dentro de mim
desafogar esse coração apertado
calar minha vontade
esquecer minha ingenuidade
ser uma pedra...
sim, hoje eu queria ser uma pedra
estar assim jogada
do lado de uma estrada
sem alma
sem sentimentos
sem sofrimentos
Uma pedra...
somente uma pedra...
Dura, fria...
uma pedra...

(E voce Daufenbach...meu poeta das madrugadas, sempre plantando flores nas minhas pedras!)


MENINA MARY

®Daufen bach

minha alma as vezes pergunta:
quem é essa menina
que dedilha poesias e
fascina como o brilho de um diamante?

eu sei..eu sei...respondo a minha alma,
essa menina me cativa,
ela não sabe ferir,
ela não sabe magoar,
ela é ferida, sim,
mas de sentimentos tão nobres,
tão puros
é ternura refletida.

e minh'alma inquieta
perdida nos olhos do poeta
pede:
não..não chores menina,
tua angustia é a angustia de quem ama
de quem, com amor se inflama
para desafogar o coração
esquecido em lágrimas.
menina...minha menina
ingênuo é teu coração
que teima em insistir
aceitar as dores
esquece, as vezes, das cores
de um lábio a sorrir.

vem...esqueça todos os remorsos
entendas que essa tristeza é o ócio
da solidão que nos rouba
um instante, um dia ...
vem sorria...veja o mundo, olhe
para o céu e perceba, quão imenso
é um segundo...quão valiosa
é nossa alegria.

então pequena...
não queiras ser pedra fria,
não querias galgar estradas vazias...
por ti... juntam-se os carbonos
por ti ...se findam os outonos
por ti...o sol sempre a reluzir...

erga teus olhos
e não mais chore assim.

* * *

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi Mary and Daufen,
Maravilhoso. Me relembrou o Dialogo Eterno de Cecilia Meirelles e outro autor, cujo nome me escapou da memoria. Voces dois: Divinos poetas.
Beijos,
Evie

mixtu disse...

...e não mais chore assim, por favor,
jinhos

Zé Carlos disse...
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