16 janeiro 2007

SEMENTES



QUANDO SENTIMOS O CORAÇÃO EM NOSSAS MÃOS




(Corrigi o texto, pois repeti duas vezes algumas partes....).

Muitas vezes nos sentimos com nosso coração na mão. Esse órgão que e a parte mais importante do nosso corpo, de repente parece extremamente frágil quando as emoções tomam conta dele de uma forma absoluta.

Estou em uma fase extremamente emocional de minha vida. Acho que quem tem um filho, pode entender...a transição da "criança" para uma "crianca-adulta", uns dias mostrando os olhos de 4 anos de idade....outros dias olhando para você como se tivesse 30 anos.

Como e enternecedor esse olhar de 4 anos...como ele e cheio de carinho, de amor puro, de afeição, de sinceridade, de apelo, de carência.
Como e frio e objetivo, direto e sem sentimentos, o olhar dos 30 anos.

Conviver com essa mutação dia a dia, nos deixa extremamente frágeis. Vemos a criança, vemos a mulher. Um corpo de mulher, com uma cabeça de criança.
Dói, machuca, fere.

Depois o olhar do ódio. Aquele olhar que você nunca viu antes, e de repente se depara e se assusta com ele. E hoje uma grande amiga me falou algo muito importante: "ela não esta devolvendo o olhar de ódio que você da?"
Sim. Esta.
Como eu, frágil em meu mundo, ela esta frágil no seu.
Difícil juntar as forcas. Muito difícil o entendimento total e absoluto das carências.

As nossas preocupações se duplicam. As deles, desaparecem. O mundo somente se foca no AMOR, no que sentem. No que estão vivendo no momento. Nos estamos muito alem do momento. Já enxergamos lá na frente, já visualizamos tantas etapas.

Um dia desses eu me peguei pensando, em mim, quando era adolescente. Naquele tempo tudo era tão limitado. Tivemos uma educação tão rígida, tão cheia de "especificações". Ainda me lembro eu com 20 anos, namorando no portão e a luz da varanda apagando e acendendo. Dez horas. A Cinderella tinha que entrar.
E o namorado: "A luz da varanda esta com defeito?" "Não, e meu pai avisando a hora de entrar".
O beijo escondido. Os amassos (sem culpa), mas tão proibidos.

Quando eu tinha 21 anos, com meu namorado no carro, estavamos nos beijando e ele comecou a enfiar a mao em baixo do meu vestido tocando minhas pernas e eu não deixei (e quanta vontade!). De repente ele abriu o porta-luvas de seu cimca amarelo e tirou um cigarro. E eu perguntei: "Você fuma??" E ele respondeu: "Quando não tenho nada melhor para fazer" Risos.

Pois e. Imaginem ...21 anos.
E hoje eu enfrentando o namoro de minha filha de 17 anos. Parece que o mundo vai acabar. Ela quer aproveitar todos os minutos do dia.
E então os valores vem tão fortes, e nos perguntamos: "O que e certo?" "O que e errado?".
De repente nos sentimos totalmente perdidos nas decisões, entre o "ser moderno", e "ser imoral". "Ser permissivo", e ser "inconseqüente".

Falo, desfalo. Fixo horários, desmancho-os. Proíbo, permito.
Tudo isso sabendo o quanto errado esta não ser persistente no que se diz.

E vemos que nosso coração esta na mão. Frágil, pulsante, indeciso, cheio de sentimentos.
Em cinco meses ela estará fora de casa. Ira ficar em uma Faculdade, não teremos mais o stress do dia a dia.

Os dias passam tão corridos.
A vida e tão curta.

E o coração permanece em nossas mãos...pulsante, querendo voltar para o aconchego do peito. Frágil. Delicado. Cheio de duvidas.
Totalmente indefeso.

®Mary Fioratti

4 comentários:

Jonice disse...

Olá Mary!

Não tenho uma filha, tenho um filho.
Ele não tem 17 anos, tem 14.
Mas sei exatamente o que é este sentimento provocado pela oscilação dos olhares de 4 ou 30 anos.
Também conheço o que é saber que não está "certo" não permitir algo, e num outro momento permitir e ainda assim às vezes é preciso.
Não há uma fórmula ... realmente é só o amor que pode efetivamente abraçar este momento da vida. Graças a Deus é o amor! Sem ele não suportaríamos esta pressão, nem nossos pais teriam suportado.
Temos sim o coração na mão ... e talvez este seja um momento oportuno para acariciá-lo.
Não é fácil ... mas fazemos nosso melhor, tenho certeza.

Um beijinho

Ricardo Rayol disse...

Pelo menos terei mais uns 10/12 anos antes de poassar por isso rs... até lá já serei um eximio atirador e lutador...

Anônimo disse...

É isso aí mana. Não tenho filhos, mas lido com adolescentes e sei como é...Só mesmo com muito amor, como disse a Jonice. E a intuição vai indicando os melhores caminhos.
Muito bonito o seu texto. E verdadeiro.
Beijos
Maria Lúcia

Jéssica disse...

Não sou mãe mas posso imaginar o quão é difícil moldar uma pessoinha que a gente carregou no ventre por 9 meses.
Danadinho esse seu namorado, hein?...rs...
Amiga, tudo passa, são fases, e Deus vai te dar capacidade pra ir levando, contornando, orientando... sem machucar e sem ser machucada, pode ter certeza disso. Minha amada amiga, um lindo final de semana pra vc, seu amridão e a filhota. Beijinhos*.*