23 fevereiro 2006




PROCURA-SE UM CORACAO




Sinto-me hoje um pouco morta
Aquele tipo de sofrimento
Que sempre nos deixa a sensação
De termos perdido algo de nós
Algo que ficou num lugar qualquer
Com alguém
E que hoje não faz a menor diferença
Com quem

Sinto-me hoje um pouco descrente
Mas não de pessoas
Profundamente descrente de mim mesma
Procurando desesperadamente minha identidade
Que se perdeu
Galgando montanhas
Pisando em pedras
Percebendo esse horrível ser
Que sou eu

Nao olhei para trás…somente segui
Como se estivesse totalmente cega
E então cega, tonta, sem rumo
Perdi a noção dos limites por onde andei
E num poço fundo e negro
Eu me encontrei

Sinto-me hoje um pouco morta
Se toco a minha pele ela está insensível
Se olho meu rosto
Ele perdeu sua expressão
Fiz panfletos e os joguei hoje na rua
Com uma mensagem nua e crua:
“Procura-se um coração”

®Mary Fioratti

3 comentários:

Anônimo disse...

Ha momentos assim, amiga!
Mas se precisares sabes que estou aqui!
Beijinho doce*

Anônimo disse...

Olá Mary...vi seu comentário no blog do nosso amigo Mixtu...entrei li e gostei ...me identifiquei muito com seu poema...já vivi essa sensação e é muito ruim se sentir assim ...,mas a vida é feita de alegrias e tristezas...desejo a vc um bom carnaval...bjos no coração ...SEDA

Zé Carlos disse...

Menina poeta, posso garantir que apareceram milhares de corações aos seus pés sob seu pedido...... bjs...