19 fevereiro 2007


MINHA HISTORIA DE AMOR NUM CARNAVAL






Foi ha tanto tempo, mas tenho o poder de guardar os momentos de minha vida como se fossem reais.
Tudo que lembro, parece que estou vivendo, e chego a sentir o cheiro do momento, e a emocao.
O nome dele era Sergio (Serginho como o chamava).
Ele era brejeirinho, moreninho, olhos apertadinhos, um sorrisinho matreiro, tinha milhares de meninas querendo namora-lo.
Ele havia terminado um noivado de alguns anos, e comecamos a sair, mas eramos somente amigos.
Eu o conheci atraves de um amigo, o Cid. Na epoca meu pai tinha uma Loja de Cosmeticos (Charme Cosmeticos), e os dois viviam na nossa Loja.
Serginho tinha um jipe, e la ia eu, passear com ele.
Ficava horas escutando ele contar de seu noivado, e da menina, e porque havia terminado, etc...
Todos esses momentos que passamos juntos, era apenas amizade. E eu o ouvia. E ele me ouvia. Passavamos momentos gostosos juntos.
Entao aconteceu que chegou o Carnaval. Ano de 1970.
Fui no Tenis Clube de Sao Jose dos Campos, com minhas amigas, e encontramos o grupinho dele.
Sentamos na escada para conversar, la no Salao aquela confusao de pessoas brincando, aquelas musicas inesqueciveis: "Olha a cabeleira do Zeze", "Tanto riso...ah! quanta alegria...mais de mil palhacos no salao"...
(Pareco estar vivendo esse momento contando isso agora).
Estavamos sentados na escada, e o Serginho ao meu lado. De repente ele me pegou pela mao e subimos as escadas, e comecamos a brincar. Pulamos Carnaval por horas, rindo com amigos, jogando confete, serpentina (ah que saudade daquelas serpentinas cor-de-rosa que a gente jogava e fazia aquele espiral no ar)... Aqueles pacotes coloridos.
O lanca-perfume.
Ate aquele momento, ele era meu amigo Serginho... e estavamos nos divertindo como duas criancas.
Foi entao que comecou a musica "As Pastorinhas"... Todo mundo comecou a dancar lento e ele me abracou.
Nos dois suados, o contato com seu corpo, o rosto perto de seu pescoco, aquele cheiro especifico de sua pele arrepiou-me por um momento.
Suas maos acariciavam minhas costas, e aquela proximidade foi uma das sensacoes mais deliciosas que ja senti.
Ele comecou a acariciar meus cabelos compridos, e a uma certa hora, puxou meu cabelo para tras, de um modo delicado, olhando no meu rosto.
Seus olhos pretos brilhavam naquela meia luz, e seu sorriso, seus dentes brancos, passaram a ser uma paisagem atrativa, meio hipnotizadora.
Dancamos olhando um para o outro com uma sensacao de um sentimento que estava nascendo naquele instante, sem que ao menos dessemos conta...
De repente nossos rostos estavam tao proximos, nossas bocas a um milimetro uma da outra, so que eu nao tinha coragem de dar o primeiro passo. (ah! se fosse hoje! rs).
E entao eu senti aquela boca macia na minha. Foi a principio uma sensacao terna, doce, meio de descoberta, mas que se transformou num beijo de verdade.
Tudo em volta parecia meio etereo. As pessoas, a musica, como naqueles filmes que a gente se sente completamente isolados da realidade.
Haviamos descoberto algo totalmente incontrolavel e nao paramos de nos beijar a musica inteira, e em seguida sentamos na escada e nos beijamos por mais de horas (risos).
Eu estava vestida de cigana. Saia comprida, blusa curtinha, uma fita na testa. Brincos e colares.
Ele, de calca jeans e camiseta preta.
La em cima, o pessoal ainda brincava, e nos dois ainda nos descobrindo em nossos
beijos. Essa linda historia de Carnaval virou um pesadelo.
Como o Serginho me fez de boba! Era um "Don Juan" de primeira categoria.
Marcava, nao vinha. Quando vinha, jurava que me amava, e eu acreditavaaaaaaaaaaaaa!
Ele tinha o poder de me convencer facilmente (o que nao eh nada dificil...rs).
E por muito tempo ficamos assim (acho que quase um ano) com esse termina e volta... e todas as "voltas" coincidentemente eram em Bailes, quando a musica As Pastorinhas tocava e a gente dancava e se beijava.
Ele foi uma grande paixao da minha vida. Nao foi meu primeiro amor. Mas foi aquela paixao que a gente fica meio boba e acredita em tudo.

Ate hoje quando ouco essa musica eu me lembro dos bailes, e de nossos beijos.

E de minhas amigas em coro, dizendo: "Nao acredito que voce voltou com ele!". (risos).



®Mary Fioratti

8 comentários:

Anônimo disse...

Olá amiga.
Venho fazer uma visita,
e agradecer as suas palavras,
no meu blog.

Linda história...
Bem-haja
por partilhar essa sua memória com quem a lê.

PS: queria fazer uma pergunta e pedir um favor se possivel?
Pergunta: se o meu selo na direita é destaque? Se for é para levar o seu selo para o meu blog.
Favor: já que é do Blogger, e tem a Betty Martins como amiga, será que pode trasnmitir por comentário que as pessoas fora do Blogger não conseguem comentar no blog dela, pelo menos é o meu caso!? desde já agradeço e desculpe.


Boa semana.
Beijos e um sorriso.

Zé Carlos disse...

Mary querida, este carnaval já está sendo um rememorar saudoso, mas agora ouvir As Pastorinhas é demais.....
Beijo menina, saudades do cê também... ZC

Unknown disse...

Era uma máscara... esse seu Serginho!
Era... era!
Beijo.

Fragmentos Betty Martins disse...

Minha querida Mary

Hoje recordas e sorris, é como diz o Daniel e muito bem_____________era apenas uma máscara

Mas o amor vale sempre a pena

Beijinhos com muito carinho

Amaral disse...

Momentos do passado, bocados de vida que são sempre curiosos quando recordá-los nos traz um sorriso de verdade...
A tua descrição, feita de mil pormenores, faz das "paixões" a fantasia que nos enche a juventude...

Pé de Salsa disse...

Olá Mary,

Corajosa, você!
Mas esse Serginho era "osso duro de roer". Ainda bem que se evaporou (imagino eu), no tempo.

Gostei muito da história. Afinal quem não teve na juventude histórias assim?

Um beijo pra você e tenha uma boa semana.

Ricardo Rayol disse...

A esyória é muito maniera mas o que se podia esperar de um cara que frequentava uma loja de cosméticos..... sei não, sei não... ehehehehehe

Anônimo disse...

Tantas histórias que a vida tem,umas são boas outras!!!lindo partilhar pedaços de vida...bjca