02 março 2006




NOSSA POESIA




Foi um momento
Que se perdeu na eternidade dos relógios
O tempo não contado
Quando sentimos nossas almas
Conjugadas
Suadas
Juntas
Como siamesas.
Fitando-se no escuro do quarto

Não sabia mais
Se minhas mãos eram minhas
Ou eram as suas
Elas se fundiam entre lençóis e corpos
Entre travesseiros e bocas
Entre pernas e bracos
Numa luta de amor
Cheia de desejo

Nossas químicas se misturaram
E entre as fórmulas científicas
Do amor eterno
Formaram um halo etéreo
Sobre nossos corpos
Que se derretiam nas carícias
Mais ousadas
Naquele quarto na penumbra
Com as portas fechadas

Era o nosso mundo
com todos os nossos sons
Era a nossa paisagem
com todos os nossos tons
Brilhando no escuro estelar
E o teto como paisagem principal
(Testemunha ocular)

A luz dos nossos olhos que mais pareciam faróis
Nos guiavam mostrando todos os caminhos a seguir
E refletiam naquela janela
Enquanto o vento soprava suave
Fazendo dançar aquela cortina amarela

Foi um momento .... e esgazeou-se a cortina
Os faróis tão brilhantes cegaram a retina
O teto distanciou-se da nossa paisagem
Seus olhos nos meus, sua boca na minha
E tudo tornou-se uma doce magia
Quando a linguagem dos corpos
numa dança sensual
Gravou em nossa alma
A nossa própria poesia


®Mary Fioratti

2 comentários:

Angie disse...

Oi minha querida!
Linda é você! Tenho vontade de "roubar" todos os seus poemas. Parece que minha alma tomou suas mãos, e escreveu tudo isso, já que ela (minha alma) não tem esse dom...Ja disse isso uma vez à Nina. Vocês escrevem o que o coração da gente quer dizer...Que lindo, e obrigada!!!
De vez em quando posso botar algum poema desses lindos no meu blog e flog? Tenho vontade de colocar todos ...rsss
Beijinhos minha querida...Fica com Deus. Tenha um ótimo fim de semana!
Da "miga" Angie

Zé Carlos disse...

... Mary querida, se eu fosse um gaúcho do nosso Brasil lhe diria " BARBARIDADE..." que poema mais lindo..... vc no fundo sabe que encanta, não é? Então estamos conversados.... bjs do Zé