22 agosto 2006




PRINCESA DE VERDE




Há anos luz
Nem sei contar o tempo
Talvez em duas mil luas?
Eu tive o galho mais alto
De uma árvore gigantesca
Que ficava na curva
De uma esquina
Nesse tempo
eu tive também uma rosa
Que permaneceu guardada
Naquela roseira
Que nunca foi arrancada
Mas me foi dada por você
Numa noite com luzes multicores
Fui uma princesa de verde
Quando meus sonhos
Nasciam como flores
E quando os desenganos
Nao doíam tanto
Como doem agora
Naquele tempo
Havia uma clareira
Onde nos beijávamos
Até ficarmos sem ar
Trocando juras de amor
Como se não pudéssemos
Nossa ausência suportar
Havia versos de Neruda
ao som de "Goodbye Yellow Brick Road"
cantado pelo Elton John
Houve um tempo
Que olhei com tanta angústia
O galho desta árvore
A flor naquela roseira
E a sombra da nossa clareira
Hoje a sua ausência
Tornou-se apenas um sopro
Perdido num tempo longínquo
De adolescência

®Mary Fioratti

6 comentários:

Unknown disse...

Um passado em pedaços...

daniel

Sandra disse...

Linda adorei o teu poema!
Demonstra a tua força de vontade e de VIVER!
Talvez deixando o passado e vivendo o presente! FELIZ!!!

Um grande beijinho

Saramar disse...

Minha querida Pooeta, que lindas são essas lembranças em verdes versos de amor!

Faz tanto bem lembrar assim, apesar de uma certa dor, uma saudade doida e perturbadora.
Lindo, lindo, como sempre.

beijos

Anônimo disse...

Gostoso demais vir aqui =)

Beijos

Anônimo disse...

Mary......
Estou emudecida!!! Caramba....parece que todas as imagens se descortinavam como num filme!!!
Que coisa mais linda como o passado emerge, e nos faz reviver tão doces sonhos!!!
Minha amiga, me arrepiei...juro!!
Maravilhoso
Beijo com amor
Bea

NAUFRAGATOR disse...

Poetísima,
Dentro nuestro,permanecen intactos
los adolescentes soñadores eternos
y el tiempo no puede con ellos.
Una rosa sin cortar para ti,
no merece ser arrancada.Por eso te regalo el jardin entero.
naufrago.