21 dezembro 2005




DISFARCE





Lagrima que teima
em equilibrar-se nos olhos
faz acrobacias
voltando para sua origem
E quando a garganta
engole seco
e o coração
se confrange em um espasmo
ela volta
inundando a íris
e segura-se forte
impagável e absoluta
aos olhos invisíveis
do mundo
Lagrima que teima
em ser mostrada
emoção que reluta
a ser exposta
palavras quase escritas
mas apagadas
E a lagrima então
que teima tremulante
insegura
dolorida...
fica esperando
que essa dor passe
mas num descuido
inocente
tropeça em meu soluço
e rola na minha face

®Mary Fioratti

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