14 dezembro 2005



SALETE FIORATTI




Quando fui ao Brasil, depois de 4 anos que não ia, fui visitar minha sogra.
Alem de ter enfrentado um câncer no seio (já recuperado), teve 3 cirurgias no quadril, por ter quebrado um osso.
Isso a limitou de andar.
Minha sogra sempre me passou uma impressão de uma forca interior muito grande.
Agora, já com a idade avançada, mostra sinais de fragilidade, o que eh normal no ser humano.
Ela sempre foi uma pessoa independente.
Ajudou-me muito, em muitos momentos, quando precisei dela. Sempre ao ficar em sua casa, a cama melhor era minha, as melhores cobertas, fazia a carne de panela que eu gostava, o cafezinho sempre pronto, o queijo branco que comprava na feira, o caqui que guardava congelado (minha fruta preferida) porque eu nunca ia no Brasil no tempo do caqui.
Conversávamos horas e horas, e curtíamos muito assistir o programa do Sílvio Santos juntas e dar muitas risadas.
Hoje a vida a limita a muitas coisas. Meu cunhado compra livros e livros, e ela lê muito, alem de se dedicar a bordar seus panos de prato, e também ajuda na Igreja.
Quando fui visita-la desta ultima vez, ela me disse que estava fazendo poesias.
Como todos nos poetas sabemos, poesia eh uma catarse. E tira de dentro de nos tudo aquilo que temos guardado, alem de liberar nossas fantasias.
Deixo aqui hoje uma das poesias que ela fez. Poesia simples, mas que denota sensibilidade e sentimento de alguem que esta vendo o mundo sob outro prisma.





NOVO DIA




Hoje não
Ontem chorei
Por momento mal vivido
Achei que a vida foi perdida
Estava totalmente perdida
Hoje lembro do passado
Dos momentos de solidão
Sem nada no coração
Amanha talvez melhore
Tudo sera esquecido
O amanha de um novo dia
Transformara tudo
Apenas tornando melhor
Se não houver mais dor
Pego meu andador e vou ver flor
E esqueço tudo

Salete Fioratti
Outubro 2005

2 comentários:

Zé Carlos disse...

Oi Mary querida, linda esta homenagem à sua sogra... eu que tenho minha mãe sempre pertinho imagino como deve ficar o Roque tanto tempo sem vê-la. Continue sendo esta nora carinhosa e presente pois garanto que dela só virão bênçãos sobre vocês....
Bjs do amigo, Zé

Anônimo disse...

É dificil imaginar a "mãe Salete" poetisa. É dificil mas apenas por um instante, já que, vinda de familia de artistas como o pai dela, meu avô, um mestre na tornearia em madeira, e seus irmãos Nino e Luiz, grandes mestres da xilogravura, pintura a óleo e outras artes, fica fácil imagina-la fazendo poesia.
Muito bom "mãe" !, que considero por não ter mais a minha, tambem uma artista nas artes da candura, de saudosa memória.
LUIZ TRALDI